Pela primeira vez, um novo composto que contém promécio – um dos elementos mais raros do mundo – revelou as suas propriedades misteriosas.
O promécio é raro na natureza, existindo, de acordo com a New Scientist, apenas cerca de meio quilograma na crosta terrestre.
As suas origens nucleares levaram ao seu nome, em homenagem ao titã grego Prometeu, que roubou o fogo e o trouxe para os humanos.
Atualmente, é obtido a partir do decaimento radioativo do urânio e usado em tintas luminosas e baterias nucleares.
No entanto, a sua intensa radioatividade e as suas estruturas cristalinas tornam difícil a formação de compostos estáveis para investigação.
Até que…
Uma investigação – exposta num estudo publicado esta quarta-feira na Nature – descobriu uma forma de formar um composto de promécio em água.
Esta técnica atenua alguns dos efeitos nocivos da radioatividade e evita os efeitos de obscurecimento das estruturas cristalinas, permitindo à equipa estudar, pela primeira vez, a química do elemento ao pormenor.
Como detalha a New Scientist, os investigadores sintetizaram um composto chamado bispirrolidina diglicolamida (PyDGA) – baseado em moléculas que formam compostos com elementos semelhantes ao promécio.
Quando o promécio foi adicionado a esta molécula em solução, formou-se o composto Pm-PyDGA, de cor rosa brilhante.
A equipa disparou, depois, raios X contra o composto, para medir as frequências absorvidas, revelando a forma como o promécio se ligava quimicamente.
Constatou-se, então, que o comprimento da ligação entre o promécio e os átomos de oxigénio próximos era de cerca de um quarto de nanómetro – o que correspondia às simulações computacionais que foram feitas anteriormente.
A informação sobre o comportamento de ligação do promécio ajudará a melhorar a produção de amostras mais puras e poderá ser usada no desenvolvimento de novos compostos médicos, como em imagiologia radioactiva ou até no tratamento do cancro.