Um novo estudo permitiu concluir que independente da sua origem ou contexto cultural, todas as pessoas, em qualquer parte do Mundo, gostam — ou não — dos mesmos tipos de cheiros.
O estudo, realizado por investigadores da Suécia, Reino Unido, EUA, Universidade de São Equador, Austrália e México, incluiu um total de 235 indivíduos, que classificaram cheiros como agradáveis ou desagradáveis.
De acordo com os resultados do estudo, independentemente da cultura de cada participante, certos odores são sempre mais apreciados do que outros — independentemente da influência cultural dos participantes.
O estudo, publicado este mês, na ScienceDaily, mostra que a estrutura da molécula odorífera determina se um odor é considerado agradável ou não.
“Queríamos examinar se as pessoas em todo o mundo têm a mesma perceção olfativa e gostam dos mesmos tipos de odores, ou se isto é algo que é culturalmente aprendido”, diz Artin Arshamian, investigador do Departamento de neuro ciências Clínicas do Karolinska Institutet.
“Tradicionalmente, a percepção dos cheiros tem sido vista como uma questão cultural, mas podemos mostrar que a cultura tem muito pouco a ver com isso“.
De acordo com a News KI, o estudo foi possível através de uma rede internacional de investigadores que colaboraram numa combinação única de métodos experimentais e estudos de campo.
“Culturas de todo o mundo classificam odores diferentes de forma semelhante, independentemente da sua origem, mas as preferências de odores têm uma componente pessoal — embora não cultural“, diz Arshamian.
Populações indígenas em ambientes díspares
Muitos dos investigadores são trabalhadores de campo, que trabalham com populações indígenas. Para este estudo, os investigadores selecionaram nove comunidades para representar diferentes estilos de vida — quatro grupos de caçadores coletores e cinco grupos com diferentes formas de agricultura e pesca.
Alguns destes grupos têm muito pouco contacto com alimentos ocidentais ou artigos domésticos.
“Uma vez que estes grupos vivem em ambientes odoríferos tão díspares, como floresta tropical, costa, montanha e cidade, capturamos muitos tipos diferentes de ‘experiências odoríferas‘”, realça Arshamian.
O estudo incluiu um total de 235 indivíduos, a quem foi pedido que classificassem os cheiros numa escala — agradável e desagradável.
Os resultados mostram variações entre indivíduos dentro de cada grupo, mas mostram correspondência global relativamente aos odores agradáveis e desagradáveis. Os investigadores mostram que a variação é largamente explicada pela estrutura molecular (41%) e pela preferência pessoal (54%).
“A preferência pessoal pode estar relacionada com a aprendizagem, mas também pode ser um resultado da nossa composição genética”, diz o Dr. Arshamian.
A baunilha foi considerada a mais agradável
Os odores que os participantes foram convidados a classificar incluíam baunilha — considerada o melhor cheiro — de seguida “butirato de etilo”, que tem o aroma a pêssego.
O cheiro que a maioria considerava menos agradável era ácido isovalérico, que pode ser encontrado em muitos alimentos, tais como queijo, leite de soja e sumo de maçã, mas também no suor do pé.
Segundo Artin Arshamian, uma razão possível para as pessoas considerarem alguns cheiros mais agradáveis do que outros — independentemente da cultura — é que tais cheiros aumentaram as hipóteses de sobrevivência durante a evolução humana.
“Agora sabemos que existe uma perceção universal do odor que é impulsionada pela estrutura molecular e que explica porque gostamos ou não de um certo odor”, acrescenta o investigador.
“O passo seguinte é estudar porque é que isto é assim, ligando este conhecimento ao que acontece no cérebro quando cheiramos um odor particular”, conclui.
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