Animais de estimação podem retardar o declínio cognitivo em pessoas que vivem sozinhas

Nos idosos que vivem sozinhos, ter um animal de estimação está associado a taxas mais lentas de declínio cognitivo.

O isolamento social é um importante fator de risco para a demência nos idosos. Um novo estudo, realizado por investigadores da Universidade Sun Yat-sen, na China, investigou se a posse de animais de estimação atenua o declínio cognitivo em adultos mais velhos que vivem sozinhos .

A equipa obteve dados do English Longitudinal Study of Ageing (ELSA), tendo analisado dados referentes a 7.945 participantes com uma idade média de 66,3 anos. As informações relativas à função cognitiva foram obtidas mais tarde, numa fase em que os investigadores analisaram a memória e a fluência verbal dos voluntários.

O estudo permitiu descobrir que, em comparação com os idosos que não tinham qualquer animal de estimação, os donos de animais apresentavam uma taxa de declínio mais lenta na memória e fluência verbais.

Em contraste com os adultos mais velhos que vivem com outras pessoas, os que vivem sozinhos mostraram um declínio mais rápido em ambos os fatores, tal como os não-proprietários de animais que vivem sozinhos em comparação com os proprietários de animais que vivem com outras pessoas.

“Os adultos mais velhos que vivem sozinhos correm um risco elevado de desenvolver demência“, salientou a equipa. “Vale a pena notar que, em comparação com os donos de animais que vivem com outras pessoas, os donos de animais que vivem sozinhos não mostraram taxas mais rápidas de declínio na memória verbal ou fluência verbal.”

Estes resultados sugerem que a posse de animais de estimação “pode compensar completamente a associação de viver sozinho com taxas mais rápidas de declínio na memória verbal e fluência verbal entre os adultos mais velhos”, concluíram os especialistas, citados pelos New Atlas.

Ainda assim, esta investigação apresenta algumas limitações que devem ser consideradas aquando da generalização dos resultados.

Em primeiro lugar, só foram consideradas a memória verbal e a fluência verbal, que representam a memória episódica e a função executiva, respetivamente, ao passo que a função cognitiva inclui muitas outras dimensões, como a atenção, o raciocínio e a velocidade e precisão do processamento.

Em segundo lugar, o ELSA não continha informações sobre a duração da posse de animais de estimação e, em terceiro, quase todos os participantes no estudo eram brancos.

Serão necessários mais estudos que incluam uma avaliação abrangente da função cognitiva para explorar a associação entre a posse de animais de estimação e o declínio cognitivo nas pessoas que vivem sozinhas.

Até lá, o artigo científico com os resultados foi publicado na JAMA Network.

ZAP //

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