/

As alergias ao pólen estão a piorar (e a culpa é nossa)

4

As alergias ao pólen estão a piorar a nível mundial. A culpa é irremediavelmente nossa, sugerem especialistas. Cuidados excessivos com higiene e a urbanização são alguns dos culpados.

A alergia é uma resposta exagerada do sistema de defesa do organismo que erradamente passa a identificar determinadas substâncias inocentes e habitualmente toleradas pela maioria das pessoas (pólen, ácaros do pó, etc.) como sendo nocivas e desenvolve uma estratégia para as eliminar.

A época de alergias está bem encaminhada. Em Paris, por exemplo, cerca de 40% das suas 200.000 árvores têm um “alto potencial alergénico”. Melbourne, Canberra, Tóquio e Londres estão entre as cidades mais propensas à rinite alérgica no mundo.

Embora importante, o pólen pode ser reconhecido como um agressor pelo nosso sistema imunitário se não estivermos expostos a ele o suficiente. “É por isso que as pessoas que crescem no campo são menos alérgicas do que os citadinos, pelo menos em teoria”, diz Gilles Oliver, engenheiro do Le Réseau National de Surveillance Aérobiologique, uma organização que monitoriza pólen em França, em declarações à Vice.

Esta é uma das muitas hipóteses que os investigadores têm para explicar por que as alergias ao pólen estão a aumentar a nível mundial. Cada vez mais pessoas estão a mudar-se para as cidades, mas a urbanização não pode ser a única culpada.

Oliver diz que outra explicação possível pode estar associada às práticas modernas de higiene.

“Limpamos demasiado”, explica. “Não estamos mais acostumados a entrar em contacto com alergénios, o que significa que o nosso corpo reconhece algumas coisas como inimigas, quando não deveria”.

Oliver acha ainda que a principal causa do aumento de alergias em França é provavelmente a poluição do ar. Além das alterações climáticas, algumas das nossas escolhas de jardinagem também pioraram as coisas. Os planeadores urbanos optam por plantar certos tipos de árvores por causa do seu valor estético, mas não têm em consideração o seu impacto nas alergias.

Uma das principais estratégias para evitar isto passar por diversificar as espécies plantadas, pois a maioria das pessoas só é alérgica ao pólen de algumas árvores quando está acima de uma determinada concentração.

Daniel Costa, ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

4 Comments

  1. E vamos ver os resultados depois de um uso tão excessivo de máscaras como se implementou sem quaisquer dados científicos sobre o uso prolongado.
    Crianças com mais de 10 obrigadas a usar máscara que não permite o sistema imunitário a estar exposto a elementos externos numa idade em que este está em adaptação.

    Resolvemos (possivelmente) um problema imediato sem pensar se estaríamos a criar um problema mais grave no futuro, o típico, quem venha por último que feche a porta…

    • Já para não falar do gel, distanciamento e todas as outras formas de privação de contacto com microrganismos naturais, que ajudavam a fortalecer o sistema imunitário. Ciencia do achismo, “eu acho que”…

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.