Maya Merhige / Instagram

Maya Merhige tem 17 anos e quer ser a pessoa mais jovem a concluir o conjunto de 7 travessias brutais em águas abertas. Nadou quase 44 quilómetros, grande parte durante a noite, e ainda resistiu às maiores inimigas: as alforrecas.
“Constantemente, umas 25 vezes por minuto — uma e outra vez”. É esta a frequência com que Maya Merhige, de 17 anos, diz ter sido picada por medusas ao longo das 14 horas que passou no estreito de Cook, perto da Nova Zelândia.
“Mesmo quando estava a entrar na água, já estava a pensar: ‘Tenho tanto medo. Não quero ver alforrecas'”, acrescenta Merhige. “Por isso, durante todo o tempo, lutei mentalmente para ultrapassar esse medo”, conta à CNN.
“Elas não estão lá se não as conseguirmos ver, por isso finjo que não está a acontecer, o que me ajuda a desligar um pouco a mente”, diz ainda sobre as inimigas da sua viagem, cujas queimaduras constantes foi ignorando.
Este não é o primeiro canal onde a adolescente norte-americana nada: já percorreu 10 percursos, incluindo o Canal Moloka’i no Havai, o Canal Catalina ao largo da costa de Los Angeles e o Canal da Mancha entre Inglaterra e França.
Agora, planeia ser a pessoa mais nova a alguma vez percorrer também o Canal do Norte, entre a Irlanda e a Escócia, o Estreito de Gibraltar, entre Espanha e Marrocos, e o Estreito de Tsugaru, no Japão. O objetivo é concluir os Oceans Seven — uma série de travessias brutais em águas abertas espalhadas pelo mundo.
Para isso, significa que tenho de os fazer até janeiro de 2028″, explica. “Estou muito entusiasmada com as que me restam”.
Merhige foi guiada por um barco de apoio e fez pausas para receber mantimentos da sua tripulação de meia em meia hora. Diz que foi a prova mais difícil que já fez, e no dia seguinte nem era capaz de levantar os braços.
Mas já enfrentou duras provas: quando atravessou o o Lago Tahoe em 2022, por exemplo, a dificuldade foi tanta que começou a ter alucinações. “Pensei que tinha sido raptada durante parte da travessia, pensei que estava a nadar com animais de peluche de tamanho humano”, recorda.
Agora, com mares agitados e fortes correntes, acabou por passar o dobro do tempo do que era suposto dentro de água para atravessar o canal de um lado ao outro. Nadou quase 44 quilómetros. Fez a travessia quase toda durante a noite, para evitar queimaduras solares e o calor. E até diz ter visto estrelas cadentes ao longo do percurso.
. “Gosto tanto de estar na água e estou a gostar cada vez mais; tenho muito mais respeito pelo oceano e pela água do que quando comecei a nadar.
“Já fiz tanta ginástica mental na água que consigo adaptar-me a qualquer situação. Mesmo que tenha medo, sei que consigo ultrapassar esse medo. É isso que me mantém seguro e é isso que me faz sentir seguro.”