Adeus iPhones. O seu próximo telemóvel poderá estar (literalmente) na palma da sua mão

A Humane, apresentada na passada semana numa TedTalk, consiste num acessório movido a IA cuja função é substituir o ecrã do seu telemóvel por um assistente ativado por voz, que por sua vez projeta tudo (desde chamadas a texto)… nas suas mãos.

Já pensou em como, à medida que o poder dos nossos aparelhos tecnológicos aumenta, o seu tamanho… diminui?

E se, de repente, deixasse de perder o telemóvel ou de ser obrigado a pegar nele para atender chamadas e ver as mensagens? No futuro, a tecnologia pode ser invisível e tudo pode tornar-se “mais inteligente e mais pessoal.”

Os smartphones correm o risco de se tornarem obsoletos com a introdução desta nova “tecnologia sem ecrã” desenvolvida pela Humane, empresa do casal de ex-funcionários da Apple, Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno, e apresentada na passada semana numa TedTalk.

O substituto do telemóvel consiste num dispositivo — que Chaudhri, condutor da apresentação, tem armazenado no bolso do peito — que projeta a imagem do smartphone na superfície mais prática possível — a palma da mão.

De acordo com o seu criador, o aparelho é 100% autónomo e independente, isto é, não precisa de um smartphone para ser utilizado.

Confirmando a sua segurança e valorização de privacidade, Chaudhri afirmou que o aparelho, que oferece uma experiência de deteção, sem ecrã e integrada, “interage com o mundo da mesma maneira que você interage com o mundo. Ouvindo o que você ouve, vendo o que você vê”.

Numa pequena demonstração, é possível ver Chaudhri a perguntar onde comprar um presente para a sua mulher, simplesmente ativando o aparelho que leva no bolso, que respondeu de imediato, funcionando, no fundo, como um telemóvel mais inteligente.

“Isto é boa IA em ação. (…) para quê agarrar-nos ao telemóvel quando podemos segurar um objeto e fazer perguntas?”, questiona.

Chaudhri destaca ainda que uma das vantagens do “desaparecimento” do computador passa pela “capacidade de estar presente”.

“Andar de bicicleta no parque e deitar fora alguns e-mails, ou ir a um concerto sem ter de segurar no telemóvel para o captarmos. Ou assistir aos primeiros passos do bebé sem um ecrã entre nós e a criança.”, exemplificou.

O aparelho é também capaz de resumir em voz a informação diária vinda de emails, mensagens ou convites. Gradualmente, vai aprendendo a hierarquizar a informação por importância.

“Ganhamos este contexto através da aprendizagem automática”, refere.

“Quanto mais usarmos o dispositivo alimentado pela IA, mais ela nos pode ajudar sempre que necessário. A nossa IA torna-se efetivamente uma forma de memória personalizada e sempre em evolução.”

O novo aparelho pode também, segundo a Interesting Engineering, vir a abrir novas portas para a tradução de linguagens e ajuda personalizada, para além de simplificar a comunicação.

“Os dispositivos invisíveis devem ser tão naturais de usar que quase nos esquecemos da sua existência”, sublinha o ex-funcionário da Apple.

Numa das várias demonstrações do aparelho ao longo da apresentação, Chaudhri traduz uma frase proclamada por si, em inglês, no local, que com um pequeno toque no aparelho é traduzida e lida em francês…com a sua voz natural — a sua própria IA a ganhar vida, usando um modelo de discurso de IA.

“Isto não é uma falsificação. De facto, é muito profundo. Esta é a minha IA a dar-me a possibilidade de falar qualquer língua e vocês têm a possibilidade de me ouvir a falar nessa língua com a minha entoação e a minha voz”

Este é, segundo Chaudhri, um dos primeiros passos para atingir a invisibilidade da tecnologia. Simplificar o hardware é um dos objetivos da Humane.

“Uma tecnologia que se torne invisível oferece-nos novas oportunidades de interagir com a informática”, disse.

Na busca pelo “próximo grande aparelho tecnológico”, Imran Chaudhri, confessa que a empresa “acredita que a inteligência artificial será a força condutora por trás do próximo salto no design de dispositivos”

“Isto é muito mais do que dispositivos ficarem mais pequenos ou mais potentes. Isto é a possibilidade de reimaginar a relação humano-tecnológica tal como a conhecemos”, concluiu.

Tomás Guimarães, ZAP //

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