Abel Ferreira: “Se eu tivesse crucificado o Veron, hoje não teríamos ganhado”

Palmeiras / Twitter

Abel Ferreira, treinador do Palmeiras.

Abel Ferreira, treinador do Palmeiras.

Palmeiras ganhou por 1-0 diante do Cuiabá, recuperou a liderança do campeonato, mas o seu treinador deixou novos “recados”.

O Palmeiras recebeu e derrotou o Cuiabá por 1-0, no encerramento da 17.ª jornada do Brasileirão. Foi um duelo de treinadores portugueses: Abel Ferreira levou a melhor sobre António Oliveira.

Ao longo da primeira parte, foi evidente o domínio da equipa da casa na posse de bola – mas faltaram oportunidades claras para marcar, devido à estratégia defensiva eficaz, por parte do adversário.

Logo a abrir o segundo tempo, aos três minutos, o único golo do jogo: Mayke assistiu e Gabriel Veron marcou. O Cuiabá raramente incomodou a defesa contrária até ao final.

Assim o Palmeiras voltou à liderança do campeonato brasileiro, com mais dois pontos do que o Atlético Mineiro, segundo classificado. O Cuiabá está perto da zona de descida de divisão, no 15.º lugar.

Depois da partida, Abel Ferreira não se desviou do facto de o golo da vitória ter sido apontado por Gabriel Veron, que poderia nem ter jogado.

Na semana passada o jovem de 19 anos foi multado pelo clube (vai receber menos 40% do seu salário) porque foi apanhado a beber álcool, durante uma festa, na véspera do dérbi com o São Paulo.

“Se eu tivesse feito como muitos esperavam, de o crucificar, hoje ele não teria marcado o golo. Não estou a dizer que estou certo. É a educação dos meus pais que me permitiu ser assim”, comentou o técnico português, em conferência de imprensa.

Refira-se que Gabriel Veron é um avançado que estará a ser seguido pelo FC Porto que, de acordo com o jornal Record, tem como prioridade a contratação do jovem jogador, esperando chegar a um negócio de 12 milhões de euros.

Abel recordou que, há 20 anos, o então treinador Telê Santana (entretanto falecido) já se queixava da estrutura do futebol brasileiro. Mas pouco ou nada mudou, entretanto.

“O plantel está igual aos outros, são lesões atrás de lesões. Vocês sabem de quem é a responsabilidade. Teria muito para falar, mas há quem não queira melhorar. A última vez que o Telê Santana falou, 20 anos depois continua a ser super actual”, lamentou.

Abel Ferreira queixa-se de que há muitas viagens para as equipas brasileiras, pouco tempo de descanso entre jogos e relvados em mau estado – o que origina muitos problemas físicos nos plantéis.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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