A Estrela Polar tem manchas na sua superfície

Uma equipa de cientistas descobriu novos pormenores sobre o tamanho e aspeto da Estrela Polar, também conhecida como Polaris.

A estrela brilhante, Polaris, está quase por cima do Pólo Norte da Terra e serve como um marco no céu para viajantes sem bússola. É também a cefeida mais próxima da Terra, um tipo de estrela que pulsa regularmente em diâmetro e brilho.

Segundo o Phys.org, a Polaris é um sistema de múltiplas estrelas, com a estrela principal (Polaris Aa) orbitada por uma companheira mais pequena (Polaris Ab) de 30 em 30 anos.

Num novo estudo, publicado esta terça-feira no The Astrophysical Journal, os investigadores utilizaram três técnicas para estudar esta estrela.

A interferometria, utilizando o CHARA Array na Califórnia, através da combinação de seis telescópios, as medições da velocidade radial para fornecer dados orbitais cruciais ao analisar o espetro de luz da Polaris, e ainda a interferometria speckle no Observatório de Apache Point para ajudar a superar os efeitos de desfocagem da atmosfera terrestre.

“A pequena separação e o grande contraste de brilho entre as duas estrelas tornam extremamente difícil a resolução do sistema binário durante a sua maior aproximação”, diz a primeira autora do estudo, Nancy Evans.

Universidade do Estado da Geórgia / CHARA Array

Imagem de falsa cor de Polaris do CHARA Array de abril de 2021 que revela grandes pontos brilhantes e escuros na superfície. Polaris parece cerca de 600 000 vezes mais pequena do que a Lua cheia no céu.

A equipa conseguiu seguir a órbita da companheira próxima e mediu as alterações no tamanho da Cefeida à medida que esta pulsava. O movimento orbital mostrou que Polaris tem uma massa cinco vezes maior do que a do Sol.

Além disso, as suas imagens mostraram que tem um diâmetro 46 vezes superior ao do Sol.

A Polaris também revelou ser mais luminosa e brilhante do que o esperado para uma estrela com a sua massa, com base nos atuais modelos de evolução estrelar. Além disso, os investigadores detetaram sinais de “manchas estrelares” na sua superfície.

Por fim, este estudo demonstra o poder da combinação de múltiplas técnicas de observação e da recolha de dados a longo prazo para desvendar os segredos das nossas estrelas.

À medida que se estuda a Polaris e outras estrelas como ela, vai ser possível  atualizar os modelos de evolução estelar e obter novos conhecimentos sobre o funcionamento da nossa galáxia.

Soraia Ferreira, ZAP //

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