Náufrago mexicano terá sobrevivido à custa de canibalismo

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José Salvador Alvarenga

O pescador que sobreviveu 14 meses no mar está a ser processado pela família do companheiro de viagem, que morreu. A família exige agora uma indemnização de um milhão de dólares, acusando-o de canibalismo.

José Salvador Alvarenga, de 36 anos, foi encontrado em 2014, após 348 dias à deriva no mar,  nas remotas Ilhas Marshall, na Oceania, a cerca de 13 mil quilómetros de distância do porto de partida.

A história, que parece saída de um filme de Hollywood, começa em Novembro de 2012, quando José Salvador Alvarenga, natural de El Salvador, e Ezequiel Córdova Ríos, de 22 anos, partiram numa viagem de pesca pela costa do México que deveria ter durado apenas dois dias.

Mas, depois de uma tempestade, foram afastados para o mar alto, onde ficaram à deriva durante vários meses.

Os dois homens sobreviveram comendo carne crua de peixes, de tartarugas e de aves e bebendo chuva, sangue de tartaruga e urina.

Mas Ezequiel Córdova Ríos acabou por morrer de fome, após quatro meses no mar, segundo a versão de José Salvador Alvarenga.

“O seu estômago negava-se a digerir a carne crua. Cortava a carne em pedaços pequenos e tentava dar-lhe de comer como a um bebé”, conta o sobrevivente conforme relatos divulgados pela imprensa.

José Salvador Alvarenga alega que manteve o corpo do colega de viagem no barco durante seis dias, como companhia, e que depois o atirou ao mar.

Mas a família do falecido acusa-o de canibalismo, reclamando uma indemnização de um milhão de dólares.

José Salvador Alvarenga refuta a acusação e até se sujeitou a exames psicológicos e a um teste com um detector de mentiras para provar que está a dizer a verdade.

Nunca pensei em canibalismo. Na altura, já me tinha treinado a apanhar peixes e tartarugas e tínhamos sempre um abastecimento para cinco dias. Ezequiel ficou desesperado, pensou que não nos salvariam e não comia. No final, estava tão fraco que nem sequer conseguia falar”, relata José Salvador Alvarenga citado pelo jornal El Diario de Hoy.

O seu advogado, Ricardo Cucalon, levanta no mesmo jornal suspeitas pelo facto de a acusação de canibalismo ter surgido depois da publicação do livro “438 dias” que conta a sua história de sobrevivência.

Ricard Cucalon acusa a família do falecido de andar “atrás do dinheiro bendito” de José Salvador Alvarenga que, segundo o advogado, “nem é tanto como se diz”, dadas as fracas vendas do livro.

ZAP //

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