Cientistas do Instituto Max Planck de Física de Plasma anunciaram que ligaram uma das maiores máquinas de fusão nuclear do mundo e foram capazes de conter com êxito bolhas superquentes de gás hélio, também conhecido como plasma.
Trata-se de um marco importante na tentativa de obter energia a partir da fusão nuclear, que tem potencial para ser uma fonte ilimitada, segura e barata de energia. No entanto, apesar de múltiplos esforços internacionais para transformá-la em realidade, alcançar esta “promessa” provou-se altamente dispendioso.
Agora, a coroar um trabalho que já dura há nove anos, os físicos alemães afirmam ter gerado brevemente o plasma esperado dentro de um ponto-chave no processo experimental.
“Estamos muito satisfeitos”, afirmou Hans-Stephan Bosch, do Instituto Max Planck de Física de Plasma. “Tudo correu conforme o planeado”.
A corrida da fusão nuclear
A fusão nuclear ocorre quando os átomos se fundem a temperaturas incrivelmente altas – mais de 100 milhões de graus Celsius – e geram energia. Este é o mesmo processo que ocorre no nosso sol ao longo de milhares de milhões de anos.
A chave para controlar esse plasma quente é usar ímanes supercondutores. Numa câmara de vácuo especial, os átomos, na forma de um gás ionizado quente, ficam a flutuar. Os ímanes são responsáveis por manter o plasma no lugar, para que não toquem os lados frios da câmara.
A experiência alemã, usando uma máquina chamada Wendelstein 7-X, queria precisamente provar que esses conceitos eram possíveis.
Os físicos aqueceram um miligrama de gás hélio com um laser de micro-ondas de 1,8 megawatt, contendo-o brevemente como plasma no interior do vácuo. A experiência durou um décimo de segundo e chegou a uma temperatura de cerca de um milhão de graus Celsius.
O próximo passo da equipa é tentar estender a duração da experiência e descobrir a melhor maneira de produzir o plasma.
Vários países estão na corrida para construir um reator de fusão nuclear.
No próximo ano, os alemães esperam refazer o teste com hidrogénio, o alvo real do estudo, em vez de hélio.
Apesar disso, o Wendelstein 7-X não vai produzir energia: o objetivo final é apenas manter o plasma por 30 minutos, e encontrar provas de que a sua tecnologia pode operar continuamente.
“A fusão nuclear ocorre quando os átomos se fundem a temperaturas incrivelmente altas – mais de 100 milhões de graus Celsius”. Os cientistas alemães fizeram uma experiência que durou um décimo de segundo e chegou a uma temperatura de cerca de um milhão de graus Celsius. Que treta de notícia! Daqui a 100 anos ainda andamos aqui a ler notícias que referem que foram atingidas temperaturas de 10 milhões, 20 milhões, 50 milhões …
“(…) bolhas superquentes de gás hélio, também conhecido como plasma.” Esta afirmação é uma completa estupidez científica. O plasma é o quarto estado da matéria, sendo os três primeiros: o estado sólido, líquido e gasoso. O 5.º estado é o condensado de Bose-Einstein. No estado de plasma a matéria não é electricamente neutra porque é constituída por iões e electrões livres. Por esse facto, por não ser neutra electricamente, pode ser manipulada por influência de campos magnéticos.
É um artigo de divulgação às massas. Acho que se podem tolerar algumas “liberdades” para que pessoas que não têm um doutoramento em física nuclear percebam o conceito.