Portugal já recebeu, em 2015, mais de 820 pedidos de asilo – quase o dobro do ano passado -, sendo, na sua maioria, de cidadãos ucranianos.
A presidente do Conselho Português para os Refugiados (CPR), Teresa Tito de Morais, disse à Lusa que “neste momento, já registámos até agora mais de 820 pedidos de asilo. Em 2014, durante o ano todo foram 445. O número de pedidos de asilo já vai no dobro e até ao final do mês chegará perto de mil ou 900”.
A tendência de aumento dos pedidos de asilo que se tem registado ao longo do ano “não está intimamente ligada com os dramas do Mediterrâneo e com a população síria e do Iraque”, explica, mas em particular com a guerra na Crimeia.
Os dados do CPR apontam que cerca de metade dos pedidos de asilo são de ucranianos e a maioria “chega a Portugal pelas fronteiras terrestres e não pelos postos de fronteira do aeroporto”. Estes refugiados vêm “com intenção de ficar em Portugal enquanto o medo e a instabilidade se verificar no seu país”, afirmou a responsável à Lusa.
Teresa Tito de Morais indicou que alguns ucranianos que já tinham sido imigrantes em Portugal “voltaram na condição de requerentes de asilo”, mesmo depois de terem regressado para o seu país. “Com a guerra, agudizaram-se os problemas de segurança e de destruição”, descreve.
Depois dos ucranianos, em termos de números há pedidos de pessoas oriundas de países como o Paquistão, China, Mali, República Democrática do Congo, Guiné-Conacri ou Nigéria. “Também alguns sírios, mas muito poucos”, afirma Teresa Tito de Morais.
Estes pedidos têm tido respostas positivas, “por razões humanitárias”, tendo em conta a “instabilidade nos países de proveniência, que justifica uma proteção humanitária”, afirmou a responsável, que salienta que “todos os casos são analisados”.
ZAP