Suspeito de terrorismo apanhado em Lisboa diz que estava a enfrentar feitiçaria

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Um angolano suspeito de terrorismo que foi apanhado no Aeroporto de Lisboa com uma faca e que esteve com o Estado Islâmico na Síria começou a ser julgado esta quinta-feira. Em tribunal, falou de “jihadistas” homossexuais e de feitiçaria.

Calunga Gima foi detido em 2014, depois de ter sido apanhado com uma faca de 20 centímetros na pista de aterragem do aeroporto de Lisboa, perto de um avião prestes a descolar para Luanda.

Suspeito de terrorismo, este angolano de 29 anos com nacionalidade holandesa começou a ser julgado esta quinta-feira, em Lisboa, debaixo de fortes medidas de segurança.

O Ministério Público suspeita que ele pode ser um “jihadista” que recebeu treino na Síria para cometer actos terroristas em solo europeu. Mas o arguido garante que é tudo um grande engano.

Em tribunal, conforme o relato publicado pelo Público, contou que foi para a Síria para ajudar os refugiados com a ajuda de “uns rapazes” que, afinal, não sabiam nada de refugiados.

Alegou também que ficou com esses “rapazes”, presumivelmente “jihadistas”, durante cerca de uma semana e que só pegou numa arma por uma vez para testar a pontaria.

Calunga Gima argumenta também que não é muçulmano e que fingiu a conversão ao Islão por medo.

Referiu ainda que ficou “chocado” quando viu que havia “homens sexuais” (queria dizer homossexuais) numa das casas que visitou na Síria.

O homem acabou por ser reencaminhado para a fronteira da Turquia e a seguir para a Holanda e, já em casa, no país para onde emigrou, conta que começou a aperceber-se de que era alvo da bruxaria de um vizinho.

Foi assim que chegou a Portugal para aliviar a cabeça, disse.

“No comboio de Espanha para Lisboa tive a certeza de que estava a ser enfeitiçado. Uma jovem que tinha entrado com um bebé ao colo sentou-se à minha frente e pediu ao bebé para dizer o meu nome: Calunga Gima”, referiu no julgamento, conforme cita o Público.

Pelo quarto onde ficou instalado em Lisboa espalhou litros de vinagre, para se proteger da feitiçaria, que a polícia chegou a temer que fosse “uma substância letal”.

Quando foi apanhado no aeroporto, estava a “enfrentar a feitiçaria”, garante Calunga Gima.

“Com o barulho dos aviões os espíritos já não conseguiam fazer maldades”, disse o homem, que chegou a dormir na área da pista de aterragem durante uma noite.

Além da faca de grande dimensão, a polícia apreendeu-lhe também uma agenda com a nota “Fui para a Síria, através da Turquia. Recebi duas semanas de treino”.

Frases que diz ter escrito para impressionar os amigos no café.

ZAP

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