James Brown / University of Portsmouth

Istiorachis macarthurae, o dinossauro com cauda em forma de vela
Durante o seu trabalho de doutoramento em Paleontologia, um médico reformado identificou num museu uma nova espécie de dinossauro com uma “vela impressionante” ao longo das costas e da cauda, que poderá ter servido para atrair parceiros.
Uma nova espécie de dinossauro foi identificada na Ilha de Wight, em Inglaterra, e o mínimo que se pode dizer é que é bastante sofisticado.
O dinossauro, um novo iguanodontídeo, apresenta uma dramática estrutura em forma de vela ao longo das costas e da cauda, que os investigadores acreditam ter evoluído como uma forma de impressionar potenciais parceiros sexuais.
A nova espécie foi batizada Istiorachis macarthurae, em homenagem à velejadora britânica Ellen MacArthur, que em 2005 bateu o recorde mundial de circum-navegação a solo mais rápida.
A descoberta foi feita pelo médico reformado Jeremy Lockwood, no âmbito da sua investigação de doutoramento na Universidade de Portsmouth e no Museu de História Natural de Londres.
O espécime fóssil fazia parte de uma coleção do Dinosaur Isle Museum, na Ilha de Wight, mas só chamou a atenção quando Lockwood o reexaminou como parte do seu trabalho.
Até então, assumia-se que o fóssil, com 125 milhões de anos, pertencia a uma das duas espécies de iguanodontídeos conhecidas na ilha.
No entanto, conta o The Guardian, Lockwood percebeu que havia algo especial neste espécime: após comparar os ossos preservados com uma base de dados de ossos dorsais de dinossauros semelhantes, ficou claro que o fóssil era único.
“Embora o esqueleto não estivesse tão completo como alguns outros encontrados, ninguém tinha realmente analisado de perto estes ossos antes… ao contrário dos outros, este tinha espinhas neurais particularmente longas, o que é muito invulgar”, diz Lockwood.
Segundo o investigador, o animal apresentava o que parecia ser uma estrutura em forma de vela bastante pronunciada ao longo das costas. “A evolução parece, por vezes, favorecer o extravagante em detrimento do prático“, nota Lockwood.
Embora o propósito exato deste tipo de características seja alvo de debate, com teorias que vão desde a regulação da temperatura corporal até ao armazenamento de gordura, os investigadores acreditam que, neste caso, a explicação mais provável é que se tratasse de uma forma de sinalização visual, possivelmente como parte de uma exibição sexual para atrair um parceiro.
“Em répteis modernos, estruturas em forma de vela surgem frequentemente de forma mais pronunciada nos machos, o que sugere que estas características evoluíram para impressionar parceiros ou intimidar rivais. Acreditamos que o Istiorachis poderá ter tido um comportamento semelhante”, conclui Lockwood.