Ceres poderá ter sido habitável

NASA

Ceres é um planeta anão localizado no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter.

O planeta anão Ceres parece frio e morto, mas cerca de um bilião de anos após a sua formação, poderá ter tido um interior quente que o tornou habitável. Isto indica que o sistema solar poderá ser mais habitável do que pensávamos.

Um estudo publicado esta quarta-feira na Science Advances revelou que, com cerca de mil milhões de anos de evolução, o planeta anão gelado Ceres poderá ter tido condições adequadas para sustentar a vida.

Investigações anteriores já indavam que poderia haver gelo de água e moléculas orgânicas em Ceres, apontando para a possibilidade de vida. Neste estudo, os investigadores procuraram saber o que é que estas formas de vida alienígena teriam comido.

Sob suspeita estão micróbios, como os que vivem em fontes hidrotermais nos oceanos da Terra, que extraem energia diretamente de moléculas químicas; em vez do consumo de outros organismos.

Como detalha a New Scientist, a equipa modelou o passado de Ceres num computador, descobrindo que, quando tinha entre 500 milhões e 2000 milhões de anos, os poros próximos do seu núcleo quente poderiam ter libertado fluidos que depois se misturaram com a água mais fria dos seus oceanos.

Este processo poderia ter fornecido o “alimento” químico de que os micróbios teriam necessitado.

“Se quisermos encontrar provas de vida passada ou atual no nosso sistema solar temos de olhar para mundos como Ceres que têm – ou já tiveram – oceanos”, disse, à New Scientist, Amanda Hendrix do Planetary Science Institute, que não fez parte da investigação.

Surpreendentemente, o tipo de suporte de vida microbiana que a equipa identificou também pode ter ocorrido noutros objetos gelados da dimensão de Ceres. Segundo os especialistas, isto pode significar que mais planetas do que esperávamos poderão ser habitáveis em algum momento da sua evolução.

“Se Ceres foi habitável no passado, então provavelmente há dezenas de asteróides e luas que também foram habitáveis no passado. E se os conseguirmos manter quentes, talvez ainda hoje sejam habitáveis”, disse, por seu turno, o membro da equipa de investigação, Joe O’Rourke.

ZAP //

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