Fariba Vancor, antiga diretora da empresa de gestão de resíduos Think Pink, foi condenada à prisão por despejar milhares de toneladas de resíduos tóxicos, num total de 19 crimes ambientais graves.
A empresária sueca, Fariba Vancor, que se auto-intitulava ‘Rainha do lixo’ da Suécia, foi condenada a seis anos de prisão por despejar ilegalmente centenas de milhares de toneladas de resíduos tóxicos, no que é o maior caso de crime ambiental do país.
Anteriormente conhecida como Bella Nilsson e antiga diretora executiva da empresa de gestão de resíduos Think Pink, foi condenada nesta terça-feira por 19 acusações de crimes ambientais graves.
O seu ex-marido, Thomas Nilsson, foi considerado culpado de 12 acusações de crimes ambientais graves e condenado a três anos e seis meses de prisão, diz o The Guardian.
Dos 11 indivíduos que foram a julgamento em setembro, todos exceto um foram condenados por crimes ambientais pelo tribunal distrital de Södertörn em Huddinge, perto de Estocolmo.
Niklas Schüllerqvist, um dos juízes do caso, disse que os despejos de resíduos realizados pela Think Pink representaram “grandes riscos para as pessoas e o ambiente” e comparou o negócio a “uma espécie de esquema em pirâmide”.
“A gestão de resíduos foi deficiente ou incorreta numa extensão significativa. Também causou danos ambientais através de emissões e, em alguns casos, grandes riscos para as pessoas e o ambiente”, disse. “Portanto, não há dúvida de que houve crimes ambientais nos locais onde os resíduos foram manuseados.”
A Think Pink tinha sido contratada para eliminar resíduos indesejados – principalmente materiais de construção – por municípios, empresas de construção, cooperativas de apartamentos e particulares, mas não os tratou adequadamente, abandonando os resíduos ilegalmente em pilhas em 19 locais por toda a Suécia.
Níveis elevados de compostos tóxicos PCB, chumbo, mercúrio, arsénio e químicos foram libertados no ar, solo e água, representando um perigo para a vida humana, animal e vegetal.
Na terça-feira, cinco dos acusados, incluindo Vancor e Nilsson, foram condenados a penas de prisão de dois a seis anos por crimes ambientais graves, e outros cinco foram condenados a penas de prisão mais curtas ou penas suspensas por crimes ambientais.
Leif-Ivan Karlsson, antigo diretor executivo da Think Pink e personalidade televisiva do país, foi absolvido.
Os cinco principais réus foram obrigados a pagar cerca de 16,5 milhões de euros em danos, incluindo ao município de Botkyrka e à cidade de Västerås.
O caso foi o maior alguma vez tratado pela unidade nacional sueca para casos ambientais e de ambiente de trabalho, envolvendo um processo legal de vários anos e mais de 80 dias de audiências. O veredicto tinha quase 700 páginas.
“Foi uma investigação muito extensa – 150 testemunhas e peritos foram ouvidos, bem como cerca de 20 requerentes”, disse Schüllerqvist.
Todos os réus negaram qualquer irregularidade. Durante o julgamento, Vancor disse que tinha “seguido a lei”. A sua equipa de defesa disse ter ficado surpreendida com o veredicto de terça-feira. “Foi um pouco inesperado”, disse o advogado Jan Tibbling ao jornal Aftonbladet, acrescentando: “Obviamente, não estamos satisfeitos“.