Os elefantes têm as maiores orelhas do reino animal, mas, ao contrário do lobo mau, não são para ouvir melhor. São para se refrescarem, nas alturas de maior calor.
Os elefantes são conhecidos pela sua inteligência, comportamento social complexo, memória e tamanho, incluindo as suas orelhas gigantes.
As orelhas dos elefantes africanos (Loxodonta africana) podem atingir 2 metros de comprimento e 1,2 metros de largura.
Mas há um motivo pelo qual este animais têm as orelhas tão grandes: é para manter o corpo fresco.
Um animal tão grande como o elefante gera muito calor, especialmente nas savanas e pradarias quentes onde vivem.
Como explica o paleontólogo William Sanders, da Universidade de Michigan (EUA), especializado em fósseis de elefantes, à Live Science ao contrário dos humanos, os elefantes não suam.
Em vez disso, têm muito poucos pêlos no corpo e “dispositivos de arrefecimento espectaculares” – como orelhas enormes cheias de grandes vasos sanguíneos que ajudam os animais gigantes a termoregular.
“Quando o animal fica muito quente, consegue forçar o sangue para as orelhas e depois abana-as”, detalhou, à mesma revista, Advait Jukar, curador assistente de paleontologia de vertebrados no Museu de História Natural da Florida (EUA).
As orelhas dos elefantes têm uma pele fina com apenas milímetros de espessura e os vasos sanguíneos que as atravessam são grandes, o que permite que os elefantes movam cerca de 20% do seu fornecimento de sangue através das orelhas em qualquer altura.
Quanto maiores forem as orelhas, mais área de superfície têm para libertar calor para o ar circundante. Como o sangue que flui através delas é mais quente do que o ar, o calor dissipa-se para os arredores do elefante. O sangue mais frio circula de volta para o corpo, ajudando a reduzir a temperatura geral do animal.
Os animais podem expandir ou contrair os seus vasos sanguíneos, dependendo se está frio ou quente, o que ajuda a regular a sua temperatura.
Registo fóssil apoia esta ideia
Os especialistas dão como exemplo os mamutes, que são parentes dos elefantes modernos. Esses animais voluíram inicialmente em África, mas quando começaram a deslocar-se para climas mais frios, as suas orelhas tornaram-se gradualmente mais pequenas.
“Sabemos que os mamutes lanosos mumificados na Sibéria, por exemplo, têm orelhas muito pequenas em comparação com os elefantes africanos da savana”, explicou Sanders. “Era mais importante que tivessem pêlos (…) para manter o calor do corpo”, explicou.
A dimensão das orelhas dos elefantes também permite que estes animais sejam capazes de comunicar a dezenas de quilómetros.