Mastigar madeira aumenta a circulação de sangue no cérebro, e tem efeitos surpreendentes em antioxidantes que influenciam diretamente a nossa memória.
Se achava que mascar um pauzinho de madeira é tarefa para os cães, desengane-se: também o é para os humanos, e não por entretenimento, mas por uma questão de saúde cerebral.
Um estudo publicado em novembro de 2024 na Frontiers in Systems Neuroscience sugere que o melhor é, em vez da clássica pastilha elástica, colocar um pedaço de madeira na boca.
Isto porque este material, como é duro, aumenta o fluxo sanguíneo do cérebro ao ser mastigado, e pode mesmo aumentar os níveis de um antioxidante natural no cérebro humano que faz com que a nossa memória melhore, bem como aumentar uma série de capacidades cognitivas, segundo explica a Science Alert.
Para a investigação, a equipa deu a um grupo de 27 indivíduos cera ortodôntica mole para mastigar durante 5 minutos, e a um segundo grupo de 25 pessoas deram espátulas de madeira (os “pauzinhos” usados pelos médicos para examinar a boca, por exemplo).
Através de espetroscopia de ressonância magnética, os investigadores verificaram os níveis de glutatião (um antioxidante também denominado pela sigla GSH) no córtex cingulado anterior — uma região cerebral fundamental para o controlo cognitivo — antes e depois da mastigação.
O resultado? A mastigação aumentou significativamente os níveis de glutatião no córtex cingulado anterior nos indivíduos que mascavam madeira.
“Tanto quanto é do nosso conhecimento, este é o primeiro relatório que indica que a mastigação pode alterar o nível de antioxidantes no cérebro humano e que um aumento dos níveis de antioxidantes cerebrais está associado à função cognitiva“, escrevem os autores do estudo.
Explicam ainda que “uma vez que atualmente não existem medicamentos ou práticas estabelecidas para aumentar os níveis de GSH no cérebro, as nossas descobertas sugerem que mastigar material moderadamente duro pode servir como uma prática eficaz para aumentar os níveis de GSH no cérebro”.
