Em 1967, o comandante do exército boliviano Luis Reque Terán liderou a captura do guerrilheiro mais famoso da América Latina: Ernesto “Che” Guevara.
E quase meio século depois, a sua filha, Gina Reque Terán, tornou-se a primeira mulher a atingir a patente mais alta das Forças Armadas da Bolívia.
A filha do homem que perseguiu e capturou Che Guevara é a primeira boliviana a ter o bastão de comando de general – que recebeu das mãos do presidente do país, Evo Morales, em março passado.
Na América Latina as mulheres representam 4% da força militar, segundo Marcela Donadío, secretária executiva do centro de estudos Resdal, a Rede de Segurança e Defesa da América Latina.
Em países como a Venezuela, o Chile ou o Brasil, há já mulheres que alcançaram a patente de general ou almirante, e na Bolívia há mesmo duas mulheres general na Polícia Nacional.
Mas o caso de Reque Terán, de 53 anos, é singular.
Segundo explica Donadío à BBC, Renque Terán é a primeira mulher a atingir um cargo em que lidera tropas de combate, e também a primeira formada numa academia militar – uma trajetória com a qual a general sonhava desde pequena, inspirada pelo exemplo do pai.
“Desde pequena, tinha a intenção de seguir a carreira militar dos meus pais”, declarou a general à imprensa local.
Téran pertence ao Estado Maior boliviano, está casada com um militar e é mãe de dois filhos.
“Como mulher sinto-me muito agradecida por ter esta oportunidade – e também muito orgulhosa”, diz Reque Terán.
ZAP / BBC