Foram encontradas 28 novas sepulturas de pessoas que foram escravizadas pelo antigo presidente norte-americano, Andrew Jackson.
Andrew Jackson foi o sétimo presidente dos EUA, entre 1829 e 1837, período durante o qual escravizou quase uma centena de pessoas.
Durante o final do século XVIII e início do século XIX, Jackson traficava pessoas entre a sua casa em Nashville e outras partes do Sul dos EUA, e a escravatura era uma das principais fontes da sua riqueza. Quando se tornou o sétimo presidente dos EUA, levou pessoas que escravizava para a Casa Branca.
Em 1804, Jackson comprou 172 hectares de terra em Nashville e deu o nome de The Hermitage à propriedade, onde agora foram encontradas 28 sepulturas de pessoas que foram escravizadas por Jackson.
Como explicou o líder da investigação, Tony Guzzi, em comunicado, apesar de o terreno ter mudado de dono ao longo das últimas décadas, aquele local manteve-se tão intacto quanto possível ao longo dos últimos 180 anos“.
O que os arqueólogos descobriram agora foi um cemitério em janeiro, a cerca de 305 metros da casa principal da plantação, numa ligeira colina à beira de um riacho, depois de os especialistas terem utilizado mapas, levantamentos e imagens aéreas para identificar as sepulturas referidas num relatório de 1935.
“A localização destes restos mortais é um forte lembrete do que esta paisagem era e do que representava – historicamente, um espaço de elite branca, uma plantação e um local de escravatura sustentado pelo trabalho árduo e pelo sacrifício de corpos negros”, explicou, à Live Science, Carlina de la Cova, bioarqueóloga da Universidade da Carolina do Sul que não fez parte das investigações.
“O nosso trabalho aqui está apenas a começar”, disse Jason Zajac, presidente da Fundação Andrew Jackson, citado pela mesma revista, salientando que, no futuro, podem ainda vir a ser encontradas mais sepulturas.
Pam Koban, presidente do conselho da Fundação Andrew Jackson, refere, no comunicado, que o cemitério “se tornará um marco educacional central para a história de l’Hermitage”.
A Fundação está a trabalhar para reunir um comité consultivo de historiadores e descendentes de pessoas que foram escravizadas na propriedade para ajudar a tomar decisões sobre como preservar e apresentar o local.
Durante quase um século, mais de 300 pessoas foram escravizadas pela família Andrew Jackson.