País lança projeto único de ciência cidadã para o povo “registar o que peidar” e, assim, avaliar a saúde intestinal dos australianos.
A agência nacional de ciência da Austrália, CSIRO, acaba de lançar uma iniciativa que muitos podem achar nojenta, mas que poderá revelar-se cientificamente valiosa.
A agência convida os cidadãos australianos a registar a sua flatulência, através de uma aplicação gratuita chamada “Chart Your Fart” (“Regista o Teu Peido”).
O projeto de três dias arranca esta sexta-feira e tem como objetivo lançar luz sobre a saúde intestinal do país, claro, com um toque humorístico à mistura na recolha de dados.
“A CSIRO está interessada nos hábitos de peido da Austrália para o seu projeto de ciência cidadã”, lê-se na descrição da aplicação móvel.
A app pede que os participantes com idade igual ou superior a 14 anos registem a frequência e caraterísticas de todos os seus “traques”. Os participantes devem avaliar aspetos como a intensidade do odor, o volume, a duração e a detetabilidade.
“Quer sejam barulhentos, malcheirosos ou simplesmente hilariantes ou embaraçosos, todos têm a sua própria relação com a flatulência”, confessa a CSIRO: “queremos ouvi-los — mesmo os mais silenciosos“.
Os utilizadores também devem registar dados demográficos (idade, sexo e alterações na dieta), para responder à eterna pergunta: os homens realmente “largam-se” mais do que as mulheres? De qualquer forma, é tudo anónimo — ninguém quer o Governo a cheirar os seus “ventos”.
Quem participar “estará a contribuir para uma iniciativa inovadora de ciência cidadã que nos permite responder à pergunta que ouvimos repetidamente — com que frequência as pessoas se peidam?”
Para participar, os australianos têm de ter mais de 14 anos e não podem ter feito alterações bruscas na sua dieta recentemente. Na aplicação, têm de introduzir, no mínimo, dois dias úteis e um dia de fim de semana de gravações dos seus “bafos”.
“O inchaço e as alterações na produção de gases são queixas comuns e “a flatulência é um sinal natural de um sistema digestivo funcional, influenciado pela dieta, condições médicas e hábitos alimentares”, explica Megan Rebuli, dietista de investigação da CSIRO.
A iniciativa surge na sequência de um estudo da CSIRO de 2021, que revelou que 60% dos australianos sofrem de “flatulência excessiva”, com quase metade a relatar ocorrências diárias do fenómeno.
Por essa mesma razão, a aplicação também serve para educar os australianos sobre o impacto de vários alimentos na produção de gases. As leguminosas ricas em fibras, as bebidas gaseificadas e os vegetais crucíferos (como os brócolos ou couve-flor) contribuem para o aumento da flatulência; já os ovos, os cereais e as cebolas podem intensificar o cheiro.
A agência australiana acredita que o estudo pode vir a ser encarado como uma competição: enquanto uma pessoa comum liberta gases 8 a 14 vezes por dia, os especialistas consideram normais até 25 ocorrências.
Os dados com os resultados finais serão publicados em 2025, no website da CSIRO.
Joseph Pujol , teria gostado do Artigo ,quanto a mim , acho-o ridículo !