Estudo encontra evidências de que Metformina retarda envelhecimento do cérebro

Um novo estudo apresenta evidências de que um medicamento comum, usado para tratar a diabetes tipo 2, retarda o envelhecimento do cérebro em macacos. Este medicamento já apresentava efeitos anti-envelhecimento em vermes, moscas e roedores.

A metformina funciona através de múltiplas vias moleculares para controlar o crescimento celular, o metabolismo e a inflamação — todos os quais se alteram em idades mais avançadas.

Segundo o Singularity Hub, os efeitos deste medicamento nos macacos estendeu-se muito para além do cérebro. O mesmo reduziu a inflamação crónica em vários tecidos, abrandou o envelhecimento do fígado e reforçou os mecanismos celulares que protegem o fígado.

Além disso, os rins, os pulmões e os músculos também tiveram benefícios, revertendo os seus perfis de expressão genética para perfis mais jovens.

Num novo estudo, publicado na semana passada no Cell, os investigadores deram a macacos machos com idades entre os 52 e os 64 anos, em termos humanos, um comprimido diário durante 13 anos.

Alguns macacos foram alimentados com um comprimido diário do medicamento, numa dosagem semelhante à utilizada no controlo da diabetes, e outros não receberam o medicamento, tendo envelhecido naturalmente. Para efeitos de comparação, a equipa incluiu também um grupo de jovens adultos e outro de meia-idade.

Todos os grupos foram submetidos a exames físicos durante o ensaio. Esses incluíram 65 medidas de saúde, como o índice de massa corporal (IMC), análises ao sangue e imagiologia do corpo e do cérebro.

Além disso, os grupos mais velhos, com ou sem o medicamento, foram também submetidos a um conjunto de teste cognitivos. Alguns verificaram a sua capacidade de se lembrarem de coisas após um atraso e outros testaram a capacidade de aprender novas informações ou de atualizar conhecimentos anteriores.

Em comparação com os macacos que envelheceram naturalmente, a metformina preservou as suas capacidades de aprendizagem e de memória, reduziu o encolhimento do cérebro e restaurou os seus neurónios para um estado mais jovem.

A “idade cerebral” dos macacos foi reduzida quase 6 anos, ou seja, cerca de 18 anos humanos.

O medicamento também reavivou os neurónios no hipocampo, uma região do cérebro envolvida na memória, atenuando a inflamação e permitindo que os neurónios recuperassem os seus ramos.

A equipa espera acompanhar estes animais durante mais tempo para testar se o medicamento aumenta a esperança de vida e ver se os efeitos do mesmo duram após a sua interrupção.

Soraia Ferreira, ZAP //

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