O clube não terá de pagar os terrenos à construtora, mas arrisca ter de pagar uma indemnização de 2,5 milhões, a que se somam 680 mil euros pagos à Câmara da Maia e mais um milhão para o arquiteto.
O plano de construir uma academia do FC Porto na Maia, liderado pela antiga administração de Pinto da Costa, está a causar muitas dores de cabeça ao novo presidente André Villas-Boas, que já cancelou o projeto.
De acordo com o Record, a fatura total para o clube para uma academia que não vai acontecer chega aos 4,18 milhões de euros. Este valor resulta da soma dos 680 mil euros de sinal que foram cobrados pela autarquia da Maia, mais um milhão destinado ao arquiteto Manuel Salgado e outros 2,5 milhões para a construtora Alexandre Barbosa Borges (ABB), que seria indemnizada caso o FC Porto abortasse a obra.
O Público avança agora que os portistas não terão de pagar os terrenos à construtora, pois os 14 hectares da Maia não ficaram na posse do clube e continuam nas mãos da Câmara da Maia.
Apesar de ter apresentado a proposta mais alta em hasta pública, a administração anterior não conseguiu pagar a segunda tranche de 510 mil euros, resultando na suspensão do projeto. Em março, a antiga direção apresentou o plano da academia como não sendo uma manobra eleitoral, ocupando uma área de 23 hectares. No entanto, a proposta foi paga com um cheque careca e dependia da compra de terrenos da ABB, empresa de Gaspar Borges, condicionada à hasta pública.
Fernando Gomes, ex-administrador financeiro da SAD portista, garantiu que o FC Porto ficaria com os terrenos da ABB apenas se a hasta pública fosse concretizada. Com o fracasso da hasta pública, o FC Porto não é obrigado a comprar os terrenos da ABB, que foram adquiridos gradualmente pela empresa.
O Público refere que a cláusula de segurança no contrato com a ABB previa este cenário. Contudo, um segundo contrato, de 6,8 milhões de euros para terraplenagem, complica a relação entre o clube e a construtora, que pondera uma batalha judicial, reclamando uma indemnização de 2,5 milhões de euros pela quebra de contrato.
Face à inflexibilidade do município e à falta de recursos financeiros, o FC Porto abandonou definitivamente o projeto da academia na Maia.