Um estudo conduzido por Michael Quinn, licenciado em psicologia e antigo guarda-redes profissional, sugere que os guarda-redes têm capacidades percetivas distintas das dos jogadores de campo.
Esta investigação apresenta “a primeira prova científica sólida” de diferenças fundamentais na forma como os guarda-redes percecionam e compreendem o mundo.
Os guarda-redes tomam decisões rápidas com base em informações sensoriais limitadas ou incompletas, o que exige que combinem eficazmente informações de diferentes sentidos.
Entre os guarda-redes que se destacam pelos seus tempos de reação rápidos e que podem beneficiar com isto estão, por exemplo, o brasileiro Alisson Becker do Liverpool e o alemão Manuel Neuer do Bayern de Munique.
Para investigar estas diferenças, 60 voluntários, incluindo guarda-redes profissionais, jogadores de campo e não jogadores, participaram num teste que envolvia estímulos visuais e auditivos.
O estudo, de acordo com o Daily Mail, revelou que os guarda-redes tinham uma “janela de ligação temporal” mais curta, o que indica um processamento multissensorial mais eficiente.
Isto significa que conseguem separar melhor os estímulos sonoros e visuais do que os jogadores de campo e os não jogadores. Os guarda-redes podem depender de um único sentido para tomar decisões rápidas com base em informações sensoriais variáveis, como ouvir a bola mas não a ver devido a obstruções.
Os investigadores sugerem que as capacidades percetivas únicas dos guarda-redes podem resultar dos seus regimes de treino ou de capacidades naturais inerentes. São necessários mais estudos que acompanhem o desenvolvimento dos aspirantes a guarda-redes para explorar estas possibilidades.
Os resultados do novo estudo foram recentemente publicados na conceituada revista científica Current Biology.