Ministro não estava satisfeito com Alberto Coelho. Tirou-o de uma entidade e colocou-o como presidente de empresa ligada ao ministério.
Alberto Coelho era o director de obra do Hospital Militar de Belém, em Junho de 2020.
O hospital em causa começou a ser alvo de suspeitas: o custo real dos trabalhos estava a transformar-se num total muito maior do que a estimativa inicial.
Foi nesse mês, Junho de 2020, que o então secretário de Estado da Defesa deixou um aviso ao então ministro da Defesa.
Um ofício da Direcção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) mostrava que as contas não batiam certo: os 750 mil euros passaram a ser 2,59 milhões de euros (viriam a ser 3,2 milhões de euros).
Além disso, a entidade em causa, a DGRDN, tinha adjudicado obras sem autorização do Ministério da Defesa.
Seguro Sanches, na altura secretário de Estado da Defesa, propôs a João Gomes Cravinho, então ministro da Defesa, a realização de uma auditoria à Inspecção-Geral da Defesa.
O ministro leu, concordou com a auditoria e anotou no despacho de Seguro Sanches a observação “Visto com elevada preocupação”, cita o jornal Correio da Manhã.
Um ano depois, colocou Alberto Coelho na presidência Empordef – Tecnologias de Informação, empresa ligada ao Ministério da Defesa.
Cravinho, hoje ministro dos Negócios Estrangeiros, explica ao Ministério Público que, na altura, não tinha motivos para duvidar de Alberto Coelho.
Coelho era uma “pessoa válida, capaz de continuar a contribuir para os objectivos do Ministério da Defesa”.
Além disso, João Gomes Cravinho explicou que Alberto Coelho não continuou na liderança da DGRDN precisamente porque o ministro “não estava satisfeito com a sua condução do processo do Hospital Militar de Belém”.
E, assim, colocou-o como presidente de uma empresa do universo do Ministério da Defesa.
Recorde-se que Alberto Coelho é o principal arguido no processo ‘Tempestade Perfeita’.
Jobs for the boys…. são todos bons rapazes.