Investigadores da Universidade do Minho estão a desenvolver métodos que permitem combater a ineficácia de antibióticos.
Os antibióticos são a forma preferida dos portugueses de combater infecções bacterianas.
No entanto, há cada vez mais antibióticos ineficazes: muitas pessoas tomam antibióticos sem critério, há uma utilização excessiva; como consequência, as bactérias “são muito inteligentes”, estão cada vez mais resistentes a estes fármacos.
É para combater essa ineficácia que surge o projecto DeathTrigger, de investigadores do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho.
Os investigadores portugueses querem usar vírus para reactivar a resposta de células humanas “adormecidas” face aos antibióticos e assim melhorar a eficácia destes medicamentos.
Os vírus em causa são os fagos, que infectam bactérias e podem ser utilizados para a activação de células adormecidas.
Essas células voltam assim a tornar-se sensíveis aos efeitos destes fármacos e os tratamentos voltam a ser bem-sucedidos.
As proteínas de fagos passam a ser co-adjuvantes de antibióticos.
Os cientistas do CEB já provaram que algumas células dormentes respondem e podem ser activadas por uma infecção de fagos, vírus de bactérias. Com a sua activação, o metabolismo celular volta à produção viral, levando, assim, a que a eficácia dos fármacos aumente.
Num trabalho que traz “esperança para o tratamento de infecções crónicas”, o projecto quer “combater a tolerância, tornando eficazes alguns antibióticos que clinicamente não o têm sido”, explica o investigador principal Luís Melo, em informação enviada ao ZAP.
O Projeto DeathTrigger do CEB está a ser desenvolvido em parceria com o Instituto Superior Técnico – Investigação e Desenvolvimento.