Esta carta antiga de um jovem babilónico para a sua mãe é a melhor coisa que vai ler hoje

Zunkir / Wikimedia

A carta está repleta de queixas do jovem sobre o seu guarda-roupa fora de moda em comparação com os seus colegas.

Numa revelação divertida dos tempos antigos, uma carta de um estudante babilónico do século XVIII a.C. para a sua mãe tornou-se um fenómeno no TikTok. A carta oferece um vislumbre da vida na Mesopotâmia e, mais ainda, de uma história milenar sobre as queixas de um jovem acerca da roupa.

Iddin-Sin, o estudante em questão, escreveu à sua mãe, Zinû, enquanto estava longe. A carta começa com saudações educadas: “Que os deuses Šamaš, Marduk e Ilabrat te mantenham para sempre em boa saúde por minha causa.” No entanto, as cortesias rapidamente dão lugar à sua principal preocupação, o seu guarda-roupa em deterioração.

O jovem lamentou o estado da sua roupa em comparação com os seus colegas. “De ano para ano, as roupas dos jovens senhores aqui tornam-se melhores, mas tu deixas a minha roupa piorar de ano para ano”, refere. Iddin-Sin expressou ainda mais a sua exasperação, mencionando como o filho de Adad-iddinam, cujo pai ocupava uma posição inferior à do seu, estava melhor vestido do que ele.

As frustrações de Iddin-Sin culminaram numa alfinetada emocional à sua mãe, comparando a relação deles com a de outra mãe e o seu filho adoptivo: “Apesar de me teres dado à luz e a sua mãe apenas o ter adotado, a mãe dele ama-o, enquanto tu, tu não me amas!”

Esta carta é um lembrete comovente de que os filhos mimados e as discussões familiares não são coisas de agora. A redescoberta também adverte sobre a natureza intemporal das palavras escritas, especialmente quando são imortalizadas em argila, lembra o IFLScience.

Esta não é a única carta antiga a ganhar atenção na internet. Outra correspondência da mesma época envolve um cliente insatisfeito, Nanni, a expressar a sua insatisfação com um fornecedor de cobre, Ea-nasir. A repetida repreensão de Nanni, “trataste-me com desprezo“, exemplifica que as reclamações sobre o atendimento ao cliente também são tão antigas quanto o próprio comércio.

Adriana Peixoto, ZAP //

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