Inventada uma tinta que protege o carro do Sol e reduz a temperatura para metade

Agora já pode proteger o seu carro do Sol e até reduzir-lhe a temperatura, graças a uma nova tinta.

Um grupo de investigadores chineses criou uma tinta inspirada na forma das asas das borboletas, que protege as superfícies do Sol e as mantém frescas.

Segundo o El Confidencial, este novo material funciona especialmente bem nos automóveis, reduzindo drasticamente a sua temperatura (até 30ºC), mesmo sob exposição solar, permitindo poupanças significativas de energia no ar condicionado.

Wanlin Wang, professor da Universidade de Shenzhen (China), e os seus colegas inspiraram-se na borboleta morfo — uma espécie americana conhecida pelo seu grande tamanho e pela sua impressionante e brilhante cor azul.

As asas desta espécie estão cobertas de escamas — nanoestruturas — que refletem e dobram a luz, produzindo um efeito azul vibrante e vivo que pode ser visto de vários ângulos.

Por isso, foi-lhe dado o nome científico lepidóptero — insetos com dois pares de asas escamosas.

Com este conhecimento, os investigadores conceberam uma película fina semelhante às tintas refletoras energicamente eficientes, já existentes no mercado, mas que normalmente não oferecem a mesma variedade de cores que as tintas tradicionais.

A película tem uma espessura de alguns micrómetros e é constituída por três camadas. A camada superior é feita de um composto de titânio, silício e oxigénio, enquanto que as duas camadas inferiores são feitas de um vidro fosco especial ou vidro opaco e um fino espelho de prata.

O efeito borboleta é dado pela camada de vidro, graças às suas inúmeras estruturas minúsculas.

Os investigadores conceberam as camadas para dispersar a luz absorvida pelo material e criar um efeito de arrefecimento. O ajuste das camadas também lhes permitiu controlar a reflexão da luz o suficiente para que a superfície mudasse de cor.

A equipa criou amostras de película vermelha, verde e azul e expôs-se à luz solar durante cerca de 7 horas, enquanto monitorizava a temperatura.

Todas as amostras permaneceram cerca de 2ºC mais frias do que o ar à sua volta, mas o seu poder de arrefecimento tornou-se ainda mais evidente quando os investigadores testaram a amostra num automóvel.

“Um pedaço de película tingido com tinta azul convencional aplicado num carro estacionado à luz do sol atingiu uns arrepiantes 75°C, mas o nosso pedaço de amostra conseguiu manter uma temperatura de cerca de 42°C“, disse Wang.

Os investigadores esperam que a nova película possa ser utilizada para revestir carros elétricos. “Esta película fina colorida poderia reduzir significativamente o consumo de energia do ar condicionado nos veículos elétricos, aumentando assim a sua quilometragem”, afirmam.

Segundo Wang, as películas também mantiveram a sua cor mesmo quando vistas de perfil, o que é invulgar para nanoestruturas artificiais que manipulam a luz.

Recentemente, um grupo de cientistas da Universidade da Florida Central, nos EUA, conseguiu criar uma tinta inovadora também inspirada nas asas das borboletas.

De acordo com o estudo publicado na revista Science Advances, esta tinta é incrivelmente leve — possivelmente a mais leve do mercado — e pode ser produzida em grande escala.

O mais surpreendente é que com apenas 1,3 quilogramas desta tinta seria possível cobrir completamente um avião Boeing 747, comparativamente com os 500 quilogramas de tinta atualmente utilizados para esta tarefa.

Esta tecnologia promete ser uma opção revolucionária para o setor da aviação e poderá ter um impacto significativo na eficiência dos aviões e no consumo de combustível.

Teresa Oliveira Campos, ZAP //

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