A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) lançou um programa — apropriadamente designado SHIELD — para proteger soldados contra patógenos que provocam infeções na corrente sanguínea.
A DARPA, agência de defesa norte-americana que desenvolveu nos anos 70 a Arpanet, rede pioneira precursora da Internet que hoje conhecemos, apresentou mais um projeto inovador.
O SHIELD, assim se chama o programa Synthetic Hemo-technologIEs that Locate & Disinfect, não é uma agência de super-heróis da Marvel.
Destina-se a proporcionar proteção preventiva contra patógenos bacterianos e fúngicos que provocam infeções na corrente sanguínea (BSIs). Além da proteção preventiva, a terapia também “limpa” o sangue de quaisquer patógenos presentes — como se fosse um aspirador Roomba, diz a Debrief.
A iniciativa é projetada para proteger em particular militares que, durante ações no terreno, estão frequentemente expostos a um risco aumentado de infeção devido a ferimentos em combate e condições operacionais desafiadoras.
O programa proporciona “cuidados pós-trauma a vítimas de combate“, neutralizando quaisquer bactérias ou fungos na forma patógeno-agnóstica ou de amplo espectro — antes que representem um risco para a saúde saúde.
A terapia SHIELD, aplicada numa dose única, oferece proteção até uma semana, e está preparada para combater infeções conhecidas ou novas.
O programa é considerado vital, dados os casos ocorridos no passado de infeções resultantes de ferimentos no campo de batalha.
Em 2017, um estudo publicado na Annals of Surgery mostrou que vítimas de tiros, estilhaços e outros ferimentos traumáticos durante a invasão do Iraque tiveram frequentemente complicações infecciosas.
Um outro estudo, publicado em 2018 na Surgical Infections, descobriu que muitos dos mais de 52.000 militares dos EUA feridos em combate durante os conflitos no Iraque e no Afeganistão, necessitaram de várias cirurgias e enfrentaram elevado risco de infeções.
Christopher Bettinge, diretor do programa SHIELD, realça a crescente resistência dos patógenos ao tratamentos, sublinhando o cada vez maior número de estirpes fúngicas patogénicas que resistem mesmo aos compostos antifúngicos mais poderosos — devido ao seu uso excessivo em hospitais e aplicações agrícolas.
Se for bem-sucedido, diz Bettinge, o programa SHIELD tem o potencial de melhorar significativamente o tratamento a combatentes e salvar vidas no campo de batalha, prevenindo a morbilidade e mortalidade relacionada com BSIs.