Cinco pequenos detalhes mudariam a história cósmica (e impediriam a nossa existência)

NASA

Se as origens do Universo fossem ligeiramente diferentes, os planetas, estrelas, galáxias ou reações químicas poderiam nunca ter existido. Se algum destes cinco acontecimentos universais fosse ligeiramente diferente, seria fisicamente impossível para os seres humanos surgir no Universo.

Um Universo muito equilibrado não criaria estrelas ou galáxias. E um Universo que se expandisse mais depressa ou mais lentamente não ficaria estável por tempo suficiente para formar átomos.

Se as origens do Universo fossem ligeiramente diferentes, os planetas, estrelas, galáxias ou reações químicas poderiam nunca ter existido, conta o Big Think.

A nossa realidade seria totalmente inimaginável se estes cinco insignificantes acontecimentos — que põem em causa a nossa existência — se tivessem proporcionado.

1. E se o Universo fosse na verdade perfeitamente uniforme quando nasceu?

Se tivéssemos uma quantidade igual de matéria e radiação em todo o Universo, desde sempre, todos os pontos do Universo iriam sofrer um puxão gravitacional em todas as direções, uma vez que a ideia do crescimento e colapso gravitacional depende de uma imperfeição inicial.

Se o nosso Universo tivesse nascido exatamente uniforme, não haveria estrutura, estrelas ou reações químicas em nenhum lugar do cosmos.

2. E se a velocidade de expansão e os efeitos da gravidade não fossem perfeitamente equilibrados?

NASA

Normalmente associamos o Universo a um lugar bastante estável, mas isso só acontece porque há duas coisas que têm estado equilibradas por muito tempo: a velocidade de expansão do Universo e os efeitos de desaceleração de toda a matéria e radiação no Universo. Hoje, esses dois efeitos não coincidem, e é por isso que dizemos que a expansão do Universo está a acelerar.

No entanto, nos primeiros seis mil milhões de anos da história do Universo, estas forças correspondiam-se na perfeição, fazendo com que a energia escura (energia que tende a acelerar a expansão o universo) estivesse indetetável.

A velocidade de expansão do universo tem aumentado. No início, este era mais quente, mais denso, ocupava um espaço muito mais pequeno e também expandia muito mais rápido.

O Universo, que hoje tem uma densidade equivalente a 1 protão por metro cúbico, já teve uma densidade muito maior.

Desequilibrando essa densidade, aumentando-a por 0.00000000001%, o Universo teria colapsado sobre si e sido eliminado em menos de um segundo.

Diminuindo a densidade pela mesma quantidade, o Universo teria expandido tão rapidamente que nenhum protão ou eletrão se encontrariam, impedindo a formação de qualquer átomo.

3. E se existisse a mesma quantidade de matéria e antimatéria?

O facto de vivermos num Universo com mais matéria do que antimatéria tem fascinado os especialistas, que ainda não têm uma resposta que explique essa desigualdade.

Sabemos que antes, esse equilíbrio existia, mas que houve algum acontecimento que fez com que passassem a haver cerca de 1,000,000,001 partículas de matéria para 1,000,000,000 de partículas antimatéria.

Se o Universo não tivesse criado essa assimetria cedo na sua existência, os humanos nunca teriam sido criados (nem nenhuma forma de vida anterior a eles).

Mais uma vez, o que explica esta tragédia imaginária é a existência de poucos protões e antiprotões, eletrões e positrões — provocado pela aniquilação da matéria e antimatéria. Desencontrados, estes nunca formariam átomos.

Neste cenário, a radiação continuaria a dispersar-se destas partículas por milhões de anos e a densidade média da matéria e antimatéria seria cerca de 10 mil milhões menos densa do que a atual.

4. E se não houvesse matéria escura?

NASA / JPL-Caltech

Ilustração que mostra a Terra cercada por filamentos de matéria escura chamados “cabelos”

A matéria escura pode ser vista como a ‘cola‘ das grandes estruturas do nosso uniiverso, mas as suas funções vão além disso. Ela também proporciona a maioria da massa gravitacional que forma as galáxias e previne a sua degradação provocada pela matéria normal e pela radiação.

Sem matéria escura, não haveria planetas rochosos, bioquímica nem vida. Apenas existiriam as primeiras gerações de estrelas.

Isto porque a fase inicial dominada pela radiação do Universo eliminaria as suas imperfeições. Enquanto isso, as galáxias que se formaram passariam por uma explosão de formação de estrelas, que por sua vez ferveriam toda a matéria circundante, ejetando-a totalmente da galáxia.

5. E se a energia escura não fosse constante no espaço ou no tempo?

Esta é uma possibilidade que está ainda em aberto.

Esta energia aparenta ter uma densidade constante no tempo e no espaço, mas não temos a certeza como é que ela se comportava ou se sequer existiu na primeira metade da história do Universo.

O Universo está dependente desta energia: se ela fortalece, o Universo pode romper-se; se enfraquecer, ele pode colapsar.

Entre uma das 400 mil milhões de estrelas, foi na Via Láctea que a vida ficou e evoluiu.

ZAP //

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