Shawn Thew / EPA
O congressista está a ser acusado de 13 crimes de fraude, branqueamento de capitais, falso testemunho e roubo de fundos públicos. George Santos diz-se inocente e alvo de uma caça às bruxas.
Tomou posse pela primeira vez em Janeiro, mas em poucos meses tornou-se uma das figuras mais polémicas no Congresso norte-americano. O representante Republicano foi acusado formalmente esta quarta-feira de fraude, branqueamento de capitais, roubo de fundos públicos e de falso testemunho. A investigação está relacionada com o financiamento da sua campanha eleitoral.
Santos diz ser inocente das 13 acusações e já foi libertado após três anónimos terem feito o pagamento da fiança de 500 mil dólares. O congressista teve ainda de entregar o seu passaporte e terá de avisar as autoridades sempre que sair de Long Island, Nova Iorque ou Washington, refere o The Guardian.
À saída do tribunal, George Santos falou aos jornalistas dizendo estar a ser vítima de uma caça às bruxas com motivações políticas. “Vou lutar a minha batalha, vou lutar contra a caça às bruxas, vou limpar o meu nome“, garante.
A sua próxima aparição em tribunal está agendada para 30 de Junho. Santos arrisca uma sentença máxima de 20 anos de prisão devido a três alegados esquemas de angariação de fundos para a sua campanha política, com o congressista a ser acusado de usar o dinheiro para fins pessoais e para comprar bens de luxo.
O representante está também a ser acusado de defraudar o Governo, tendo beneficiado de apoios públicos para desempregrados durante o pico da pandemia no valor de 20 mil dólares, quando estava empregado. O terceiro esquema refere a alegados falsos testemunhos de Santos à Câmara dos Representantes sobre a sua situação financeira.
O processo não significa que Santos perderá o mandato ou será suspenso na Câmara dos Representantes. As regras determinam, no entanto, que os congressistas condenados a pelo menos dois anos não podem votar ou integrar comités.
A carreira de George Santos começou logo com polémica. Poucos dias depois da sua tomada de posse, uma investigação do The New York Times revelou várias mentiras do congressista no seu currículo e sobre a sua vida pessoal, incluindo um curso superior que nunca tirou, uma passagem por Wall Street que nunca aconteceu e até mentiras sobre a sua etnia e sobre a morte da sua mãe. Desde então, o congressista tem enfrentado uma enorme onda de contestação e pedidos de demissão.
Como é que o Partido Republicano ainda admite nas suas fileiras esta aberração?