A expectativa entre os investidores é que os bancos centrais reflitam sobre a estratégia de subir as taxas de juro para travar a inflação, de forma a não perturbar ainda mais os mercados.
Apesar dos sinais evidenciados pelas famílias com dificuldades em assegurar o pagamento das prestações dos créditos à habitação, assim como das ameaças de recessão, os bancos centrais têm permanecido estoicos na sua política de aumentar as taxas de juro.
No entanto, a falência do Silicon Valley Bank, sediado na Califórnia, fez soar os sinais de alarme, com os recordações do fatídico ano de 2008 a pairarem no ar — na altura, a falência do Lehman Brothers desencadeou uma crise financeira mundial como há muito não se via.
O anúncio da falência surgiu na sexta-feira, com os mercados internacionais a ressentirem-se de imediato: nas bolsas de todo o mundo, as ações dos bancos sofreram perdas significativas.
No cenário norte-americano, as autoridades financeiras tentaram estancar a situação, garantindo, numa primeira fase, os depósitos até 250 mil euros e, mais tarde, os superiores a isso. Simultaneamente, a Reserva Federal permitiu que todos os bancos acedessem a um fundo de emergência para terem liquidez.
Ontem, Joe Biden dirigiu-se ao país, em mais uma tentativa de tranquilizar os mercados. “O sistema financeiro dos Estados Unidos é sólido, está seguro e os depósitos estão salvaguardados“, garantiu o presidente.
Mesmo assim, nas horas que se seguiram, os bancos mais pequenos continuaram a ter as suas ações sob pressão. Tal como nota o Público, vários títulos do setor financeiro mantiveram-se em baixa, também na Europa.
Como tal, a expectativa entre os investidores é que os bancos centrais reflitam sobre a estratégia de subir as taxas de juro para travar a inflação, de forma a não perturbar ainda mais os mercados com uma nova subida das taxas de juro, sobretudo em níveis elevados. No caso da Reserva Federal norte-americana, há quem antecipe que a subida de 0,25 pontos-base poderá nem acontecer em março.
Na Europa, alguns bancos centrais realizaram reuniões de emergência para avaliar a situação, apesar de não existirem sinais de problemas concretos nos bancos europeus. Esta semana as atenções viram-se para a reunião do Banco Central Europeu (BCE), onde a situação será certamente discutida.
Ainda na semana passada, Christine Lagarde, presidente do BCE, dava como “muito, muito provável” a subida das taxas de juro de 0,5 pontos percentuais. Os sinais faziam ainda transparecer que a intenção era prosseguir com a política.
Perante os sinais que chegam do outro lado do Atlântico, mas também com o clima de discórdia que se vive no seio do instituição europeia, é mais que provável que o debate em torno da desaceleração se torne mais audível.
Ainda ponderam subir mais as taxas de juro! Como é que se vão aguentar as famílias com estas subidas. Estão à espera de por toda a gente debaixo da “ponte”.
As taxas de juro continuarão a subir até que a inflação baixe consideravelmente. Até lá, não há volta a dar. E os impactos disto serão severos quer nas famílias, nos estados e nas empresas. Todos andaram a viver acima das possibilidades (isto é, em linguagem corrente, está tudo endividado) e agora chegou o momento de pagar por isso. Com o aumento das taxas de juro, a coisa pode ser feia. Entretanto, o desemprego está a crescer na Europa e em Portugal. Tempos difíceis pela frente.
Tudo irá depender da inflação, caso ela continue a aumentar terão de aumentar as taxas de juro não há nada a fazer só quando deixar de haver poder de compra é que os preços irão parar de aumentar.