GNR confunde açúcar com cocaína, mas juiz mantém suspeito em prisão preventiva

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As análises de laboratório confirmam que o pó branco encontrado pela GNR era açúcar, mas o tribunal manteve o homem preso por suspeitas de que integra uma rede de tráfico de drogas.

Um homem de 46 anos está em prisão preventiva desde maio de 2022 após a GNR o ter detido por ter na sua posse 40 gramas de cocaína. No entanto, as análises mostraram, meses mais tarde, que esta “cocaína” era, na verdade, açúcar.

O caso remonta a 31 de maio do ano passado, quando Manuel Lourenço Gomes foi parado pela GNR.

As autoridades encontraram um pequeno pacote com um pó branco no porta-luvas da sua carrinha, tendo feito um teste rápido numa farmácia para verificar se a substância era um estupefaciente. O auto da GNR afirma que o teste deu positivo, escreve o JN.

O suspeito terá dito logo que o pó branco era açúcar e que o tinha sempre consigo por ser diabético e poder usá-lo caso tivesse uma quebra nos níveis de glicemia.

No entanto, a GNR deteve-o e o homem ficou em prisão preventiva, dado que tinha vindo a Portugal visitar um amigo que é suspeito de integrar uma rede de tráfico de drogas que opera em Trás-os-Montes.

A 11 de Novembro, os resultados da análise do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária confirmaram que o pó não era cocaína e que se tratava realmente de açúcar.

Mas o juiz de instrução criminal de Torre de Moncorvo, onde se deu o caso, e o Ministério Público decidiram na mesma manter o homem na prisão, devido à suspeita de que também integra a rede de tráfico em causa.

João Peres, advogado de Manuel Lourenço Gomes, já pediu a abertura da instrução para tentar libertar o cliente.

“Não há prova nenhuma que sustente a prisão do meu cliente. Se o pó fosse cocaína, faria sentido. Agora aquilo é açúcar. É escandaloso manter esse homem preso”, considera.

ZAP //

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