A empresa foi criada no Chipre e pertencia a uma prima de uma ajudante próxima de Max Cardoso, marido de Ana Lúcia Matos.
Uma das empresas de fachada usadas para lavar dinheiro na rede criminosa de fraude fiscal liderada pelo marido da apresentadora Ana Lúcia Matos pertence a uma auxiliar de ação educativa da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.
De acordo com o JN, a auxiliar ganha pouco mais do que o salário mínimo, mas passaram cerca de 58 milhões de euros pelas suas contas desde 2018. A mulher terá sido aliciada a entrar no esquema por uma prima sua que foi uma das principais ajudantes de Max Cardoso, marido de Ana Lúcia Matos.
A firma em questão foi criada no Chipre e a funcionária limitou-se a abrir várias contas bancárias em seu nome e seguir as ordens da prima em troca de pequenas quantias de dinheiro. A empresa fechou portas em 2020.
Recorde-se que o esquema, que terá lesado o Estado em mais de 300 milhões de euros, aproveitava o facto de o IVA não ser cobrado em transações intracomunitárias, tendo sido criada uma rede de empresas de fachada que simulavam estas transações para escaparem à cobrança deste imposto.
Esta terça-feira foram conhecidas as medidas de coação para os 14 arguidos da Operação Admiral, que terão movimentado 2,2 mil milhões de euros com 8845 empresas. Cinco dos 14 arguidos, incluindo Max Cardoso, ficaram em prisão preventiva e um outro ficou em prisão domiciliária.
Ana Lúcia Matos ficou em liberdade, mas sem passaporte e impedida de mexer nas suas contas bancárias, com o juiz Pedro Miguel Vieira a considerar que há risco de fuga.
Caso fugisse, o destino mais provável de Ana Lúcia Matos seria o Dubai, já que será neste paraíso fiscal que a apresentadora terá milhões de euros escondidos. A PJ está a agora a procurar o rasto desta fortuna.
As escutas telefónicas já tinham revelado ainda que Ana Lúcia Matos e o marido Max Cardoso tinham planos para se mudarem para o Dubai num futuro próximo. A apresentadora confessou os planos, não tendo a mudança avançado porque o marido ainda não tinha autorização de residência no Dubai devido a uma questão judicial.
