Responsável lembrou que Carlos Costa continua a fazer parte do Conselho Consultivo do banco, órgão onde também Máximo dos Santos está presente.
Luís Máximo dos Santos, vice-governador do Banco de Portugal, respondeu às críticas deixadas por Carlos Costa, seu antigo chefe, no livro de memórias, que tanta tinta tem feito correr. Nele, o antigo governador refere-se a Máximo dos Santos como “uma espécie de carta marcada pelo primeiro-ministro.”
“Só posso interpretar a referida afirmação como uma espécie de ‘petite histoire’ muito mal construída, pois falta-lhe a própria ‘história’ em si”, respondeu o visado, após ter sido confrontado pelo Expresso com tais declarações. Lembrou ainda a escolha que Carlos Costa efetuou, e que recaiu sobre o próprio, para um cargo no Banco Espírito do Santo.
“Em 3 de agosto de 2014, num dos momentos mais críticos da história recente do BdP, foi de mim que a administração liderada pelo ex-governador Carlos Costa se lembrou para presidir ao BES resolvido, o que só posso interpretar como uma demonstração de elevada confiança na minha pessoa.”
Máximo dos Santos fez ainda questão de lembrar como é que são feitas as nomeações. “Desde o 25 de Abril que todos os membros do Conselho de Administração do Banco são nomeados pelo Governo”, pelo que “a avaliação do primeiro-ministro é sempre fundamental ou não fosse a decisão formalizada através de uma resolução do Conselho de Ministros”.
Apesar de se abster à questão sobre se Carlos Costa protege o Banco de Portugal com a publicação do livro de memórias [“Tendo embora uma opinião sobre a sua questão, entendo que não a devo tornar pública, por razões institucionais], Máximo dos Santos lembrou que os “ex-governadores fazem parte do Conselho Consultivo, logo o ex-governador Carlos Costa, como todos os demais ex-governadores, continua no BdP através da participação nesse órgão, que eu próprio também integro como vice-governador em funções”, concluiu.