Entre vozes humanas, mãos fantasma ou misteriosos desaparecimentos de mergulhadores, há várias razões que levam as pessoas a pensar que estes naufrágios estão a ser assombrados pelos espíritos dos que lá morreram.
Estima-se que apenas 10% dos naufrágios já foram descobertos e mapeados e há ainda muitos segredos por descobrir até nos navios que já conhecemos.
O fascínio em torno destes tesouros arqueológicos já conquistou muitos adeptos, mas a verdade é que estas embarcações são também locais trágicos que ditaram a morte de milhares de pessoas. Não é assim de surpreender que tenham surgidos várias lendas sobre naufrágios que estarão assombrados.
RMS Rhone
Descrito como “inafundável” pela Marinha britânica, o RMS Rhone não fez juz à sua reputação. A 29 de outubro de 1867, os dois navios RMS Conway e o Rhone foram ancorados nas Índias Ocidentais. Apesar de os sinais indicarem que vinha aí uma tempestade, os dois capitães entenderam que nada podia afundar o inafundável.
Mas não era uma tempestade qualquer, era um furação de categoria 3. Quando realizaram quão grave a situação era, já era tarde de mais para o Rhone, que acabou por se afundar.
Das 146 pessoas que iam abordo, apenas 23 sobreviveram e há quem acredite que os seus espíritos dos mortos ainda assombram o navio. Os mergulhadores que já exploraram os destroços dizem sentir mãos a tocarem-lhes e há até relatos de alguns que dizem ter ouvido gritos humanos.
SS Kamloops
As águas dos Grandes Lagos da América do Norte são tão frias que até preservam os corpos das vítimas das centenas de naufrágios que por lá ficaram encalhados. O SS Kamloops é um destes navios, que se afundou durante uma tempestade em Dezembro de 1927.
A falta de luz e a temperatura baixa das águas impede o surgimento das bactérias que causam a degradação dos corpos. No caso do SS Kamloops, resta lá ainda um marinheiro practicamente intacto.
Vários mergulhadores já o fotografaram e há histórias que sugerem que o seu espírito também continua por lá. Há relatos de quem já o viu a passear pelo navio, como se ainda estivesse vivo e a embarcação não tivesse afundado. Outros dizem que já o apanharam o seu beliche a observar calmamente os mergulhadores.
Mais aterrador ainda, há mergulhadores que juram que o homem os seguiu enquanto nadavam e que ocasionalmente até lhes tocou. De acordo com todos os relatos, o marinheiro não é ameaçador e parece apenas querer conhecer os seus visitantes. Há ainda um detalhe triste comum a todas as hitórias: o marinheiro ainda usa a sua aliança. Talvez só precise de alguma companhia.
Titanic
Bem, por onde começar entre todas as histórias de assombrações naquele que é o naufrágio mais famoso da história. Uma das lendas mais famosas data de 1977, quando o SS Winterhaven estava a passar pela mesma zona onde o Titanic chocou com o iceberg que ditou o seu fim trágico.
Um comandante chamado Leonard Bishop começou a falar com um passageiro que se mostrou muito interessado em saber todos os detalhes técnicos do funcionamento do SS Winterhaven. Anos mais tarde, Bishop viu o rosto do passageiro numa fotogragia e reconheceu-o imediatamente. Tratava-se do capitão do Titanic, Edward John Smith.
Bishop não é a única pessoa que relata ter visto Smith nas imediações do local onde o Titanic se afundou. Tripulantes de outras embarcações relatam ter visto o capitão a passear pelos seus convés. Há também histórias de esferas a dançar sobre a água ou interferências inexplicadas nos sistemas de comunicação.
As exposições com artefactos recolhidos do Titanic também não estão livres da presença dos espíritos. Frederick Fleet, um sobrevivente do naufrágio que foi o primeiro a ver o iceberg e que se suicidou poucos anos depois da tragédia, terá sido visto a passear por uma exposição dedicada ao navio. Há uma funcionária do museu que relata ser constantemente atiçada e ouvir sussurros dos espíritos das vítimas.
HMS Eurydice
O naufrágio do Eurydice é um dos principais desastres na história da Marinha britânica num período de paz. Foi a 22 de Março de 1877, quando o navio estava a chegar às ilhas britânicas após ter atravessado o Atlântico, que o desastre se deu, devido a uma enorme tempestade que em poucos minutos ditou o seu afundamento.
Ou será que se afundou mesmo? Várias pessoas afirmam que já ter visto o fantasma do Eurydice a flutuar sobre as águas na mesma região onde se afundou, como se este naufrágio não tivesse passado de um sonho colectivo nosso. Pode estar ser mais um exemplo do efeito Mandela?
Andrea Doria
Quando falamos nas vítimas de um naufrágio, pensamos imediatamente na tripulação e nos passageiros que iam a bordo do navio. No entanto, há embarcações que continuam a roubar vidas anos depois de terem naufragado.
Este é o caso do Andrea Doria, que se afundou à costa do estado norte-americano do Massachusetts após chocar com o MS Stockholm em 1956. Desde então, pelo menos 16 mergulhadores morreram ao explorar os destroços — e aqueles que sobreviveram à experiência dizem ter testemunhado coisas sinistras.
As causas oficiais das mortes destes mergulhadores variam entre correntes imprevisíveis ou má visibilidade, mas há quem acredite que estas são o trabalho dos espíritos das 46 vítimas mortais. Há relatos de mãos que puxam os mergulhadores enquanto estes nadam. Será que há 46 almas presas lá em baixo a pedir socorro?