Xaropes para a tosse mataram centenas de crianças

Xaropes para a tosse produzidos por uma farmacêutica indiana terão levado à morte de centenas de crianças, na Gâmbia e, possivelmente, na Indonésia.

No início deste mês, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que os ingredientes de quatro xaropes para a constipação e tosse, produzidos na Índia, podiam estar associados a lesões renais agudas e à morte de 69 crianças na Gâmbia.

Segundo a OMS, a nação africana não era a única a ter razões para ter cuidado. Os produtos podiam ter sido distribuídos para outros países.

O The New York Times escreve que, com base no aviso da OMS, as autoridades indianas interromperam a produção de todos os medicamentos da empresa responsável pelos xaropes contaminados. Uma investigação foi iniciada para aferir responsabilidades.

A Indonésia foi mais longe. O país proibiu a venda de todos os xaropes para a tosse a nível nacional. As autoridades estão a investigar a morte de mais de 130 pessoas este ano, a maioria crianças, por lesões renais agudas.

Apesar de tudo, não há evidências concretas de uma associação entre a morte das crianças e a medicação, embora xaropes contaminados tenham sido encontrados nas casas de algumas das crianças, detalha o jornal norte-americano.

A empresa visada neste escândalo é a Maiden Pharmaceuticals, que exporta globalmente a partir de Nova Deli.

O chefe da agência de alimentos e medicamentos da Indonésia, disse na semana passada que nenhum produto fabricado pela Maiden Pharmaceuticals está registado na Indonésia. Muito dificilmente um medicamento importado é vendido legalmente na Indonésia sem ser registado.

No alerta emitido pela OMS, lê-se que a análise dos quatro medicamentos encontrou quantidades “inaceitáveis” de dietilenoglicol e etilenoglicol, dois produtos químicos industriais que são tóxicos e podem causar ferimentos graves ou morte em crianças.

Dietilenoglicol e etilenoglicol são usados para anticongelante e outras aplicações industriais. São potencialmente fatais, até mesmo em quantidades pequenas.

O dietilenoglicol foi usado no passado como um substituto barato da glicerina, um ingrediente seguro em muitos medicamentos.

ZAP //

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