No reencontro com o Marselha, o Sporting voltou a derrapar e recordou o pesadelo que protagonizou em solo gaulês há cerca de uma semana.
Ricardo Esgaio – no jogo 100 de leão ao peito – foi expulso, os franceses aproveitaram e abriram o caminho para a vitória com dois golos apontados por Guendouzi e Alexis.
Na etapa final, nova expulsão, com Pedro Gonçalves a sair de cena mais cedo e a equipa de Amorim deitou de forma definitiva a toalha ao chão.
O emblema francês, que sofria golos fora de casa há dez encontros consecutivos e não vencia fora do Vélodrome desde 2011, voltou a bater os “lusos” e deixou as contas desde Grupo D ao rubro… Os de Alvalade consentiram o quinto desaire esta temporada em 13 jogos. ao jogo, procurar um ângulo interessante (à inglesa), evitar o meramente descritivo sempre que possível.
A partida começou equilibrada, uma espécie de jogo de espelhos entre dois conjuntos que utilizavam o mesmo desenho tático, embora com dinâmicas e subdinâmicas diferentes, os “puzzles” iam encaixando até que surgiu o minuto 19…
Lá diz a “Lei de Murphy que “qualquer coisa que possa correr mal, irá correr mal no pior momento possível”. E foi isso que voltou a acontecer ao Sporting neste segundo round frente ao Marselha.
Se no Vélodrome Adán foi expulso, deixando a equipa reduzida a dez elementos numa fase precoce do encontro, o mesmo voltou a ocorrer esta noite em Alvalade quando Ricardo Esgaio foi admoestado com dois amarelos no espaço de três minutos (16’ e 19’ aqui a punir uma grande penalidade cometida sobre Harit). Instantes depois, da marca dos 11 metros, Guendouzi abriu a contagem naquele que foi o primeiro remate do encontro.
Enquanto o leão tentava apanhar reerguer-se após dois duros golpes e adaptar-se a uma nova dinâmica, os gauleses voltaram a ferir o adversário: Alexis ampliou a vantagem aos 31’. E se o cenário estava a ser dantesco, não ficou melhor: o capitão Coates saiu lesionado, entrou Marsà e Sotiris ocupou a vaga de Edwards, reforçando o centro do terreno.
Apenas a oito minutos do intervalo houve o primeiro “tiro” ao alvo dos verdes e brancos, com Trincão a testar os reflexos de Pau López.
Harit, autor de uma assistência, três passes para finalização e 23 ações com a bola, era o melhor nesta fase. Nos vice-campeões nacionais, Trincão – um remate e 18 ações com o “esférico” – era o elemento em foco.
As contas não estavam fáceis e pior ficaram quando Pedro Gonçalves viu numa fracção de segundos dois cartões amarelos e foi expulso. Se as coisas estavam complicadas com dez elementos, pior ficaram com nove.
O Marselha continuou a “apertar”, o Sporting não conseguia trocar três passes em progressão e foram-se acumulando as situações de perigo junto à baliza de Franco Israel até ao derradeiro apito do juiz Alejandro Hernández.
Melhor em Campo
O avançado Amine Harit foi a unidade mais perigosa na partida e precisou de apenas 70′ em campo para desmontar a defensiva do Sporting.
Rápido, com uma técnica apurada, voraz, o marroquino esteve envolvido nos dois lances capitais da noite desta quarta-feira: é sobre ele a falta cometida por Esgaio e na qual se traduziu a grande penalidade e foi dele a assistência que deixou a baliza à mercê para Alexis assinar o 0-2.
Harit esteve, ainda, quase perfeito no capítulo do passe – um falhado em 36 feitos (97%) —, quatro passes aproximativos, 55 ações com a bola (cinco na área do Sporting), três conduções aproximativas.
Destaques do Sporting
Franco Israel 5.7
Mais vítima do que réu, o jovem guardião uruguaio foi a unidade leonina com melhor nota. Realce para as três defesas que realizou.
Matheus Reis 5.6
Num jogo complicado, o polivalente defesa acumulou duas recuperações de posse, quatro perdas, três alívios, um remate e dois passes/cruzamentos bloqueados.
Nuno Santos 5.5
O ala canhoto acabou por não desequilibrar, tendo feito duas recuperações de posse – sete perdas —, sofreu um desarme e acumulou dois maus controlos de bola.
Marsà 5.4
Com a lesão de Coates, o jovem central voltou a ter mais minutos na equipa principal e não comprometeu, com 25 ações com a bola e quatro alívios.
Sotiris 5.4
O médio grego entrou para tentar acalmar as hostes e em 58 minutos fez um remate, 24 ações com a bola, perdeu duas posses no primeiro terço do terreno e acumulou dois maus controlos de bola.
Trincão 5.4
Estava a ser o melhor da equipa quando saiu ao intervalo. Fez o primeiro remate da equipa, tendo ainda realizado três desarmes e três ações defensivas no meio-campo adversário.
Fatawu 5.4
Foi a primeira peça a ser lançado por Amorim. Nos cerca de 70 minutos em que atuou orquestrou um remate, colecionou 35 ações com a bola (duas na área adversária), quatro recuperações de posse e quatro perdas no primeiro terço do terreno.
Ugarte 4.8
O médio acumulou dois passes de risco falhados, oito recuperações de posse, 11 perdas, quatro desarmes sofridos, mas de positivo o destaque vai para cinco desarmes, oito recuperações de posse e cinco faltas cometidas.
Ricardo Esgaio 3.9
No curto período em que atuou falhou três dos sete passes tentados (57% de eficácia), sendo que dois foram de risco, e cometeu duas faltas que foram fatais para a equipa.
Pedro Gonçalves 3.4
Também não foi a noite mais feliz para o camisola 28. Em termos ofensivos apenas registou um remate, falhou cinco dos 11 passes tentados (55% de eficácia) – dois dos quais de risco —, recuperou a posse por três vezes, registou 13 perdas de bola e consentiu quatro desarmes.
Destaques do Marseille
Alexis Sánchez 6.9
Unidade móvel no ataque francês, o chileno esteve ativo, com quatro remates (dois enquadrados), um golo e três passes para finalização.
Nuno Tavares 6.1
Muito assobiado, o internacional sub-21 terminou o encontro com um remate, quatro cruzamentos, apenas um passe falhado em 39 (97% de eficácia), 79 ações com a bola (quatro na área sportinguista), três conduções aproximativas, cinco desarmes e seis ações defensivas no meio-campo adversário.
Em sentido inverso, acumulou 19 perdas de posse (máximo), consentiu cinco desarmes e acertou um dos seis dribles tentados.
Mbemba 5.9
Sem muito trabalho, o antigo central do FC Porto destacou-se com duas conduções aproximativas, quatro recuperações, nove perdas de acumuladas e dois maus controlos de bola.
Resumo
// GoalPoint
Mas que raio de ideia foi aquela do Amorim meter o Esgaio quando tinha o Porro? Percebo pouco de futebol, mas há coisas que são evidentes: Esgaio não tem categoria para titular duma equipa de topo, como o Sporting. Poucos são os jogos em que este Esgaio não faz porcaria, portanto deveria ter entrado logo o Porro a jogar até poder.