Benfica 1-1 PSG | Águia coloca constelação de estrelas em sentido

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Tiago Petinga / EPA

O “bicho-papão” afinal não era assim tão assustador.

A qualidade dos jogadores do PSG saltou à vista de todos nos Estádio da Luz, mas o Benfica não foi, na prática, inferior ao seu adversário milionário, em especial coletivamente, apesar de ter sido dominado na segunda parte, altura em que os visitantes criaram mais perigo.

Contudo, os “encarnados” foram uma equipa personalizada, sem medo, pressionou e criou inúmeras situações de golo, podendo mesmo ter saído da partida com os três pontos no bolso. Messi fez o golo do PSG, Danilo Pereira, na própria baliza, conferiu o empate.

Início de jogo intenso por parte do Benfica, a pressionar o PSG no último terço e a limitar as saídas dos gauleses com bola desde trás. Aos oito minutos os “encarnados” estiveram muito perto do golo, mas Gonçalo Ramos, isolado por um passe magistral de António Silva, permitiu a defesa de Donnarumma.

Aos 18, o guardião italiano negou de forma espetacular o golo a David Neres, também isolado. O sinal mais era dos “encarnados”, mas em campo estavam Neymar e Mbappé, que combinaram e deixaram para Messi fazer um golo estupendo de fora da área – o primeiro que marcou às “águias”, ao terceiro jogo.

O tento afetou o Benfica, que perdeu ímpeto na pressão e nos contra-ataques, permitindo aos franceses terem mais bola e realizarem combinações perigosas na frente.

Ainda assim foi a formação lusa a estar perto do golo, aos 37 minutos, na sequência de um belo lance de Neres e de um remate de António Silva na área, que Donnarumma respondeu com mais uma defesa de grande nível. Porém, nada pôde fazer aos 41 minutos, quando Enzo Fernández cruzou e Danilo Pereira fez autogolo.

O melhor em campo ao intervalo era mesmo Donnarumma, o guardião que travou tudo, menos o desvio involuntário de Danilo. O italiano registava um GoalPoint Rating de 6.8, fruto de cinco defesas, três a remates na sua grande área. O melhor das “águias” era o imperturbável António Silva, com 6.2.

A segunda metade começou praticamente com uma bicicleta de Neymar que embateu na barra benfiquista. Os parisienses conseguiam empurrar os portugueses para junto da sua grande área e criar os principais lances de perigo, altura em que foi a vez de Vlachodimos ter trabalho.

A equipa da Luz não tinha a mesma energia para pressionar mais à frente, nem para se soltar em contragolpes.

Aos 69 minutos, Vlacho fez uma enormíssima defesa a remate em arco de Mbappé, numa altura em que o Benfica necessitava de refrescar a equipa, em especial o seu “miolo”, menos capaz de filtrar jogo.

Roger Schmidt compreendeu-o, lançou Aursnes e Draxler para as vagas de Enzo e Gonçalo Ramos, e logo a seguir, numa recuperação a meio-campo de João Mário, Rafa fugiu a todos, aguentou as cargas, mas perante Donnarumma, não conseguiu, a dois tempos, faturar. Grande lance e grande oportunidade, a última da partida.

Melhor em campo

A distinção de melhor em campo acaba por não espantar, dada a qualidade que o argentino apresentou em campo até sair, já perto do fim, e só mesmo Donnarumma lhe fez verdadeiramente sombra.

Messi registou um GoalPoint Rating de 7.9, não só pelo golo estupendo que marcou, mas por tudo o que fez, nomeadamente três passes para finalização (máximo), cinco dribles eficazes (máximo) em cinco tentados e uma mobilidade e imprevisibilidade que complicaram muito a tarefa aos benfiquistas.

Destaques do Benfica

Vlachodimos 6.9

Na primeira parte quase não tocou na bola, mas na segunda teve de aplicar-se e terminou como o melhor elemento do Benfica, travando remates de Mbappé, Neymar, Hakimi e companhia. Foram sete defesas, três a remates na sua grande área, algumas de grande recorte técnico.

Alexander Bah 6.5

Com tanto craque a surgir-lhe pela frente, o dinamarquês teve de se concentrar mais nas tarefas de destruição do jogo contrário, e esteve muito bem, com um total de nove ações defensivas, com destaque para três desarmes.

António Silva 6.5

Jogo após jogo não pára de surpreender e voltou a fazer um jogão, indiferente aos nomes dos adversários que lhe atravessaram o caminho – os memes em que Mbappé está no seu bolso multiplicam-se. O central registou três bloqueios de passe/cruzamento, num total de nove ações defensivas, e ainda criou uma ocasião flagrante.

Otamendi 6.2

A experiência do argentino é valiosa. Otamendi esteve em todo o lado e terminou com incríveis 16 acções defensivas, com destaque para sete alívios (máximo) e dois bloqueios de remate (também o valor mais alto).

Florentino 5.7

Ter de “levar” com Messi, Neymar e outros craques no seu raio de ação não ajuda a ter uma nota extraordinária, mas Florentino fez um grande jogo, de imaculado posicionamento. Ao todo foram 12 ações defensivas, entre elas o máximo de interceções (5) e de ações defensivas no meio-campo contrário (4, a par de Vitinha). Porém, acumulou seis dribles consentidos, três no primeiro terço. Mais uma vez, isto com Messi pela frente é quase uma medalha.

David Neres 5.7

O brasileiro parecia uma serpente entre os defesas contrários, foi muito voluntarioso e só a partir de meio da segunda parte ficou sem “gás”. Até lá acumulou seis tentativas de drible, duas eficazes, quatro conduções aproximativas e uma super aproximativa, sete recuperações de posse e três bloqueios de cruzamento.

Rafa Silva 5.6

A velocidade de Rafa foi sempre um problema para a defesa parisiense e, na segunda parte, não fosse o “muro” chamado Donnarumma e o atacante teria marcado um golo de grande nível. Fica o registo dessa ocasião flagrante falhada, que lhe afeta a nota, bem como os cinco maus controlos de bola.

João Mário 5.6

Bom jogo do médio até lhe faltar a “pilha”. Em dois passes para finalização criou uma ocasião flagrante e somou o segundo valor mais alto de recuperações de posse (9). De negativo os três dribles consentidos, dois no primeiro terço.

Destaques do Paris Saint-Germain

Donnarumma 7.3

Enorme exibição do gigante guarda-redes italiano, em especial na primeira parte, quando evitou dois ou três golos benfiquistas. Terminou com seis defesas, quatro a remates na sua área, três a menos de oito metros de distância.

Neymar 6.4

Aquela “bicicleta” à barra… O brasileiro foi sempre um perigo e fez oito passes ofensivos valiosos, nove passes aproximativos (recebeu 14) e completou quatro de seis tentativas de drible.

Vitinha 6.4

O médio ex-FC Porto começou de forma tímida, mas foi subindo de produção e terminou em grande, com uma certeza de passe e critério à prova de crítica. Destaque também para três desarmes, outras tantas interceções e as tais quatro ações defensivas no meio-campo contrário.

Resumo

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2 Comments

  1. Pois: o “GP” tão pródigo na valorização das exibições do FCP – e também, por vezes, do SCP – e sempre tão poupadinho nas exibições do SLB…

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