“Espelho mágico” centenário revela imagem oculta no seu reflexo

Rob Deslongchamps / Cincinnati Art Museum

O Museu de Arte de Cincinnati, nos Estados Unidos, escondia um pequeno espelho de bronze, datado do século XV ou XVI, que, por sua vez, escondia também ele um segredo.

Este artefacto, que tinha estado exposto pela última vez em 2017, é aquilo que os especialistas chamam de “espelho mágico”. Estes são antigos espelhos raros que, sob determinada luz, revelam imagens ou padrões ocultos.

A curadora de arte do leste asiático do museu, Hou-mei Sung, viu algo parecido com os exemplos de Japão do período Edo, noticia a CNN. Com a ajuda de especialista de conservação, visitou o armazém do museu e deu uma vista de olhos no espelho.

“Pedi-lhe para acender uma luz forte no espelho. Depois, ela usou o telemóvel e funcionou”, recorda Sung. Na parede à sua frente, a luz refletida tinha uma aparência familiar.

O espelho revelou a imagem de um Buda sentado, com raios de luz a emanar de si. A inscrição nas costas do espelho indica quem foi retratado: Amitabha, uma figura importante em várias escolas do Budismo do leste asiático.

Rob Deslongchamps / Cincinnati Art Museum

Há apenas um punhado de outros museus que têm exemplares deste tipo de espelhos. Sung apenas conhece três.

A antiga arte dos espelhos mágicos chineses foi desenvolvida pela primeira vez durante a dinastia Han, há cerca de 2.000 anos.

Para criar o efeito do reflexo, os artesãos colocavam imagens, palavras ou padrões num lado de uma placa de bronze. Depois, os cientistas acreditam que os artesãos raspavam a superfície do outro lado, antes de polir até que se tornasse reflexiva como um espelho normal.

Quando a luz atinge a superfície refletora de uma certa forma, a imagem oculta era revelada, dando a ilusão de que a luz estava a passar pelo espelho.

No caso deste novo “espelho mágico”, a parte de trás do espelho foi tapada com uma placa de metal, ocultando a imagem de Amitabha.

“Não importa o quanto possa explicar teoricamente, tudo depende do mestre que polir a superfície, o que é tremendamente difícil”, disse Sung.

“É por isso que eles são tão raros”. Até hoje, os cientistas não sabem ao certo como é que o metal era trabalhado.

Daniel Costa, ZAP //

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