Governo da Estónia cai. Kallas acusa Centro de “trabalhar ativamente” contra princípios do país

EU2017EE Estonian Presidency / Wikimedia

Kaja Kallas, primeira-ministra da Estónia

Primeira-ministra da Estónia acusa partido do Centro de “trabalhar ativamente” contra os princípios do país. Presidente demite os sete ministros do partido.

A coligação que juntava o partido Reforma (centro-direita) e o partido do Centro (que chegou a ter ligações ao partido de Vladimir Putin) não resistiu às críticas da primeira-ministra contra os parceiros de governo.

Kaja Kallas acusou os colegas do Centro de não defenderem os interesses da Estónia e de estarem a “trabalhar ativamente” contra os valores do país.

De acordo com o Financial Times a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, pediu ao Presidente do país, Alar Karis, que demitisse os sete ministros do partido do Centro, apesar de já ter cortado relações com o Rússia Unida no início da guerra.

“A situação de segurança na Europa não me dá qualquer oportunidade de continuar a cooperar com o partido do Centro, que é incapaz de colocar os interesses da Estónia acima do dos partidos”, afirmou Kallas.

A primeira-ministra foi ainda mais longe e acusou o partido de estar a “trabalhar ativamente contra os valores fundamentais da Estónia“.

O The Guardian avança que o partido de Kallas, o Reforma, propôs conversações para uma eventual coligação com os conservadores do Isamaa e os sociais-democratas. Caso tal não seja possível, será dada ao líder do Centro e ex-primeiro-ministro, Jüri Ratas, a oportunidade de formar uma alternativa de governo.

“Infelizmente, revelou-se que existem dois partidos no parlamento que simplesmente não se podem moldar, mesmo na situação atual, e assegurar a proteção da nossa independência e dos nossos valores constitucionais”, defendeu Kallas, na sexta-feira.

O Financial Times realça que, entre os vário fatores que podem ter contribuído para o corte de relações entre os parceiros de governo, está um projeto de lei sobre a educação pré-escolar — rejeitado pelo Centro, em conjunto com o partido de extrema-direita Ekre — mas aponta também para “tensões de longa data“.

Kallas tem apelado à Europa e aos EUA para reforçarem a ajuda à Ucrânia, a nível militar e com o aumento de sanções a Moscovo.

Mas o jornal diz que há um entendimento na sociedade civil de que o partido do Centro possa ter desincentivado as ajudas a Kiev.

ZAP //

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