Primeiro-ministro visitou cidade de Irpin que impediu o avanço russo sobre Kiev e mostrou-se chocado com a brutalidade da agressão e o nível de destruição causado.
Volodymyr Zelensyy diz ter sentido “proximidade” no encontro com António Costa, lembrando que os unem valos semelhantes, “devida e de liberdade”, apesar de os seus países se situarem em “pontos diferentes da Europa“. O governante ucraniano lembrou que Portugal está a ajudar “desde os primeiros dias de guerra” e que o encontro de hoje serviu para confirmar esses apoios.
Quanto tomou a palavra, o primeiro-ministro português deu eco ao discurso de Zelensyy, dizendo ser com “grande emoção” que é recebido pelo líder ucraniano, o qual é uma figura que “inspira o mundo” e que tem dado “uma grande lição” a todos. Sobre um dos tópicos mais esperados da visita, o processo de adesão da Ucrânia à União Europeia, o chefe do Governo porquês fez questão de lembrar que “simbolicamente” foi a Kiev “no dia da Europa“, esperando agora pelo relatório da Comissão Europeia sobre as pretensões ucranianas de entrar no projeto europeu.
Já quando à posição portuguesa, António Costa avançou que independentemente do que venha a acontecer, disponibilizamos todo o apoio técnico, e mostrámos disponibilidade para a troca de experiências, tendo em conta o nosso próprio processo de adesão”. Neste âmbito, anunciou a visita do vice-chefe de gabinete de Zelenskyy a Portugal, precisamente para que esse apoio técnico seja concedido.
No que respeita ao processo de reconstrução da Ucrânia, António Costa diz que esta deve ser uma prioridade europeia e não apenas de forma individual. Ainda assim, o governante português fez saber que propôs a Zelenskyy “patrocinar uma zona geográfica específica” ou, uma proposta alternativa que fez a Zelensky que é a de Portugal “patrocine a reconstrução de escolas e jardins de infância“. Para o primeiro-ministro, esta “é uma contribuição diferenciada que podemos dar”.
De colete à prova de bala e semblante carregado, António Costa visitou esta manhã um bairro residencial de Irpin, a 20 quilómetros de Kiev, totalmente destruído na sequência dos ataques das forças russas. Ali, o primeiro-ministro português foi informado do papel preponderante da região na em contar os avanços russos no seu objetivo de cercar e tomar Kiev. De seguida, tratou de questionar as autoridades locais sobre o estado da cidade, nomeadamente das populações e das infraestruturas. Na resposta, a intérprete explicou que cinco mil pessoas permaneceram na cidade, com outras 25 mil a regressarem nos últimos dias.
No final da visita, que antecedeu o encontro com Volodymyr Zelenskyy, António Costa não escondeu aos jornalistas o horror que sentiu em presenciar a destruição. “Ver ao vivo é algo absolutamente devastador pela brutalidade do ataque, a forma cruel como os carros foram meralhados com pessoas lá dentro. A guerra é sempre dramática, mas quando é entre militares são as regras do jogo. Quando é sobre civis, as suas habitações e viaturas quando estavam a fugir, já não é uma guerra normal, já estamos a falar de algo de algo absolutamente criminoso que visa a pura destruição da vida das pessoas e do futuro de um país.”
O chefe do Governo português destacou ainda a importância que terá a “investigação” aos crimes de guerra, defendendo que os “responsáveis devem ser levados perante a justiça e punidos“. “A guerra também tem regras e há valores que devem ser preservados”.
Na despedida de Irpin, António Costa disse ao responsável das forças que defendem aquele território que estes eram heróis, recebendo como resposta que heróis eram todos os ucranianos que de forma corajosa têm resistido aos avanços russos. Finalmente, quis deixar um obrigado pela receção, perguntando à tradutora qual o termo em ucraniano. “Dyakooyo“, repetiu. Após esta breve deslocação, o primeiro-ministro regressou novamente a Kiev, onde se reunirá com o seu homologo ucraniano, encontro que será seguido de uma conferência de imprensa.
Todo o percurso que o primeiro-ministro português fez foi acompanhado de perto pelos meios de comunicação portugueses no local, o que motivou críticas por parte de comentadores, que relembraram visitas de outros chefes de Estado e de Governo que se pautaram pela sobriedade. Em direto na SIC Notícias, José Milhazes comparou a cobertura meditática a um “folclore”.
Os Russos não mandaram nem um míssil para a zona enquanto António Costa andou por lá! Ora bem! O respeitinho é muito bonito!
É pena de não ter visitado Donbass antes. Tudo aprende-se em comparação.
Precisamente. A melhor maneira de não falar duma coisa é falar doutra. A propósito, que tal o nosso Benfica?
Também foi pena não raciocinares antes de comentar…
A Ucrânia é uma zona de guerra e ao ir lá António Costa corre o risco de ser vítima de um ataque. Pergunta-se que benefícios para Portugal ou para a Ucrânia podem justificar correr um tal risco. Um primeiro-ministro não pode atuar por bravata nem pôr em risco a estabilidade política do nosso país, apenas para ir brincar aos soldados. António Costa não tinha o direito de correr este risco, e a AR deveria ter-se pronunciado contra esta visita inútil. Assim como se não compreende que um país que aparentemente não tem dinheiro suficiente para resolver os problemas da saúde, esteja disponível para gastar dinheiro no envio de armas para a Ucrânia.
Nem mais. Um comentário de elevada grandeza e dignidade. Como ousa o nosso PM andar por aí a tratar de princípios humanos fundamentais em vez de ficar enfiado na toca a polir os frascos e latas da nossa merceariazinha??
Princípios humanos fundamentais? Na realidade a continuação do controlo do mundo pela oligarquia americana. Com os europeus como vassalos. Felizmente esta questão vai ficar em breve resolvida. Começando com a vitória da Rússia contra a NATO…
Claro que sim. Até porque estamos dentro de um filme hollywoodiano, onde o herói (e talvez um ou dois amigos) vencem os variadíssimos vilões e o bem impera sobre o mal; ou então estamos num vídeojogo, do género “Call Of Duty” onde só é preciso apertar os botões certos no momento exacto para se ganhar a guerra. É perfeitamente normal um único país quase arcaico (e quebrado) vencer no mínimo uma aliança de 30, bem equipada, treinada e disciplinada; é o único desfecho possível, ora pois; e é uma vitória com exclamação, não com reticências. (risinhos)
Será que ao buraco onde vives ainda não chegou a notícia da invasão da Ucrânia pela Rússia??
Quando acordares vais ter uma bela surpresa!…
Muito bem!!
E que tal parar de fazer negócios com Israel, que tem feito bem pior à Palestina nos últimos 74 anos?
Sejam consistentes, senhores políticos. Não podem ter dois pesos e duas medidas para lidar com situações semelhantes.
Chega de Hipocrisia.
Verdade! Mas ainda assim é outro assunto. E é preciso ter cuidado com as mudanças de assunto, pois é fácil confundi-las com tentativas de camuflagem.
É como quando eu estaciono em lugar proibido e o polícia vem multar, e eu digo “então e os outros infractores??”
“Os outros existem, sim, mas esta multinha é para si…”
Um politico, como António Costa, não pode prescindir do seu “show off” . E se ao menos aproveitasse a visita e o exemplo da Ucrânia, para aprender a tomar as decisões que o nosso país precisa, já poderia valer a pena o custo da deslocação…
Como tem sido relatado por várias televisões estrangeiras os maiores crimes na Ucrânia foram cometidos pelos próprios ucranianos e o seu exército azof.
Então mas António Costa não se lembrou de visitar a região do Donbass onde em Lugansk e Donetsk os ucranianos mataram e violaram milhares de mulheres e crianças russas nos últimos 8 anos? Foi aliás por causa disto que a Rússia invadiu a à Ucrânia. Só pecou por não o ter feito mais cedo. Grande Putin!
Exacto. Os Russos fizeram uma intervenção humanitária para impedir a vaga de violações no Donbass! Aliás não admira, pois os Russos são conhecidos por terem grandes preocupações humanitárias e elevados princípios éticos.
“o chefe do Governo porquês fez”
Ou o chefe de Governo Português?
Tomem atenção à escrita!
Vão ser conhecidas mais tarde como escolas Magalhães.