Cientistas da Organização de Investigação Espacial Indiana (ISRO) propuseram um método para construir habitats em Marte com “tijolos bacterianos”.
Num novo estudo publicado a 14 de abril na PLoS One, os investigadores explicam o seu plano para combinar o solo marciano com um material semelhante a um gel e uma estirpe bacteriana chamada Sporosarcina pasteurii.
De acordo com a IFL Science, o objetivo seria combinar ambos os materiais, de forma a criar blocos de construção, para habitats do planeta vermelho.
A proposta junta-se a uma lista de hipóteses caricatas de material de construção para Marte, que refletem a escassez de materiais para futuras missões ao planeta vermelho, na tentativa de aproveitar ao máximo todo e qualquer recurso disponível.
No ano passado, por exemplo, a Universidade de Manchester propôs a construção de habitats em Marte com sangue e urina de astronauta.
Os cientistas do ISRO utilizaram o simulador de solo marciano e demonstraram que as bactérias transformaram a ureia em cristais de carbonato de cálcio e também segregaram uma substância biopolímero pegajosa.
O cloreto de níquel ajudava as bactérias a crescer, apesar do elevado teor de ferro do solo, que é tipicamente tóxico para as bactérias.
O tipo específico de bactérias também ajudou a ultrapassar a questão da porosidade, um dos principais obstáculos à construção de habitats em Marte.
“As bactérias infiltram-se nos espaços porosos, utilizando as suas próprias proteínas para unir as partículas, diminuindo a porosidade e criando tijolos mais fortes”, explicou Aloke Kumar, um dos autores do estudo.
Combinado, este material pode ser utilizado como agente de ligação para manter o solo de Marte unido e construir habitats para futuras missões ao planeta vermelho.
Atualmente, a NASA estima que enviará humanos para Marte até 2030, e o SpaceX está a trabalhar arduamente no seu veículo de lançamento da nave espacial totalmente reutilizável, que pretende enviar para a Lua e eventualmente para Marte.
Em seguida, a equipa ISRO pretende enviar alguns dos seus “tijolos bacterianos” para o espaço, numa futura missão.
Ao fazê-lo, serão capazes de estudar as propriedades do seu material em microgravidade, para ver se está apto para fazer a longa viagem ao lado dos futuros astronautas, à medida que se dirigem para o planeta vermelho.