O famoso ladrão de arte Erik, o Belga roubou seis tapeçarias flamengas de uma igreja espanhola há 42 anos. As obras foram recuperadas poucos anos depois, com a excepção de um pedaço que foi cortado — que só foi devolvido agora.
A polícia espanhola descobriu finalmente a peça que faltava numa obra de arte que foi roubada há 42 anos.
O roubo aconteceu a 7 de Novembro de 1980, em Castrojeriz, no norte de Espanha. Durante as primeiras horas da manhã, um famoso ladrão de arte entrou na igreja histórica da vila e roubou seis famosas tapeçarias flamengas criadas por Corneille Schutz, relata a Smithsonian Mag.
René Alphonse van der Berghe, conhecido por Erik, o Belga, é o conhecido ladrão de arte que esteve por detrás deste assalto, tendo morrido em Espanha, onde viveu grande parte da sua vida, em 2020 aos 81 anos.
Tinha um sonho de roubar a Mona Lisa que ficou por cumprir, mas relatou outros dos seus feitos no mundo do crime na autobiografia Erik o Belga, Pelo Amor à Arte. Nunca recorreu à violência durante um roubo.
Poucos anos depois do furto, a Interpol conseguiu recuperar todas as tapeçarias, mas a maior das seis tinha sido cortada, faltando um quadrado no seu canto inferior esquerdo. Eventualmente, as autoridades acabaram por desistir deste pedaço desaparecido, considerando que nunca o conseguiriam recuperar.
Mas no ano passado, o investigador Ángel Alcaraz decidiu voltar ao caso. Depois de contactar o advogado do falecido ladrão, acabou por descobrir o paradeiro da peça desaparecida. O pedaço foi assim devolvido à igreja numa cerimónia em Fevereiro.
A polícia suspeita que o ladrão tenha inicialmente cortado a tapeçaria na esperança de emoldurar o pequeno quadrado e vendê-lo separadamente, não o tendo conseguido fazer. O quadrado cortado retratava um dos muitos pequenos anjos que decoravam as beiras das seis tapeçarias.
“Se faltar um anjo no céu, é um céu menor“, revelou Alcarez numa conferência de imprensa citada pelo The Guardian. “E se faltasse este pequeno anjo nesta tapeçaria, não seria a mesma. Hoje vamos dar a Castrojeriz algo que nunca deveria sequer er desaparecido”, rematou o investigador.