Ajax 4-2 Sporting | Derrota com muitos pontos positivos

Manuel de Almeida / Lusa

Adeus fase de grupos, olá oitavos-de-final. O Sporting despediu-se do Grupo C da Liga dos Campeões com uma derrota, é verdade, quatro golos sofridos, mas tendo em conta o contexto do jogo, com duas equipas apuradas e muitas mexidas no “onze”, esta foi uma partida em que o “leão” saiu sem vergonha.

O Sporting fez uma exibição com momentos em que chegou a equilibrar os acontecimentos.

O jogo teve um pouco de tudo – incluindo grandes golos e dois recordes, primeiro fixado por Gonçalo Esteves (17 anos) e depois batido por Dario Essugo (16), que nos espaço de minutos foram os mais jovens de sempre a jogar pelo Sporting na Liga dos Campeões.

Rúben Amorim procedeu a muitas alterações para este jogo, com nomes como João Virgínia na baliza, Daniel Bragança como médio-centro, Ricardo Esgaio a ala-esquerdo, Gonçalo Esteves, de apenas 17 anos, no flanco oposto, Bruno Tabata e Tiago Tomás na frente.

E não foi por isso que o “leão” se mostrou subserviente em relação ao Ajax. Apesar de um natural domínio dos “lanceiros” – que até apresentaram muitas das suas principais figuras –, o Sporting marcou um excelente golo, por Nuno Santos, sofrendo de penálti por Sébastien Haller bem cedo, e por Antony perto do intervalo.

O brasileiro era mesmo o MVP nesta altura, com um rating de 7.6, e o melhor dos portugueses era Nuno Santos, com o tal tento que lhe valia um 6.1.

A juventude e a menor rodagem desta equipa inicial leonina acabaram por vir ao de cima, com o Ajax a colocar em andamento o seu “carrossel”, sem que os portugueses conseguissem contrariar.

David Neres (58′) e Steven Berghuis (62′) ampliaram para os neerlandeses no arranque do segundo tempo, e os homens de Amesterdão iam construindo alguns lances de bem elaborados, mas a verdade é que os “verde-e-brancos” conseguiam sempre importunar o último reduto contrário, com passes longos para os espaços vazios e progressão tranquila numa zona central estranhamente despovoada.

E Bruno Tabata reduziu aos 78 minutos, com um grande pontapé. Derrota, sim, mas exibição com muitos pontos positivos a retirar.

Melhor em Campo

Tal como em Alvalade, o Sporting não encontrou antídoto para travar o brasileiro Antony Santos.

O extremo foi um quebra-cabeças constante e terminou claramente como o melhor em campo em Amesterdão, cum um GoalPoint Rating de 8.2, graças a um golo, o máximo de remates (6) e de enquadrados (3), falhou apenas um de 37 passes e somou sete acções com bola na grande área leonina.

Destaques do Ajax

Lisandro Martínez 6.9 – O central argentino esteve muito sólido e foi uma das figuras da partida, não deixando os “leões” fazerem mais. No ataque fez um remate ao ferro, no passe foi o que mais acertou, 93 em 100 (93%), registou o máximo de acções com bola (113), quatro acções defensivas no meio-campo contrário e três desarmes.

Steven Berghuis 6.6 – O neerlandês é uma das estreias dos “lanceiros” e da própria selecção e não deixou os créditos por pés alheios, com um golo, quatro passes para finalização e seis ofensivos valiosos (ambos máximos).

Sébastien Haller 6.3 – O “carrasco” do Sporting em Alvalade voltou a marcar e tornou-se no primeiro estreante na competição a marcar em todos os jogos da fase de grupos. O ponta-de-lança foi quem mais passes aproximativos recebeu (11).

Destaques do Sporting

Bruno Tabata 7.1 – O brasileiro foi o “vagabundo” do ataque sportinguista e o melhor dos “leões”, autor de um grande golo. Em três remates enquadrou dois, fez a assistência para o tento de Nuno Santos, em dois passes para finalização, e ainda fez cinco passes ofensivos valiosos.

Luís Neto 5.7 – O “pai” dos putos todos do Sporting. O experiente central esteve bem no passe longo, com sete completos em dez, e somou o máximo de intercepções (5) e alívios (4).

Nuno Santos 5.6 – Grande golo do extremo, com um desvio acrobático. Mas este foi mesmo o ponto alto da sua exibição.

Matheus Reis 5.4 – O brasileiro não conseguiu lidar com Antony, Neres ou quem lhe apareceu pela frente, mas ainda assim esteve bem no passe, com 40 certos em 46, e recuperou sete vezes a posse de bola.

Ricardo Esgaio 5.4 – Ocupou a ala esquerda e, defensivamente, fez três desarmes e outros tantos bloqueios de passe/cruzamento. Na frente fez a assistência para o golo de Tabata.

Paulinho 5.3 – Entrou para a última meia-hora, substituindo um desinspirado Tiago Tomás, mas teve pouco impacto no jogo.

Dario Essugo 5.3 – Foram só 11 minutos para o jogador de 16 anos e 286 dias, o suficiente para se tornar no mais jovem jogador português a actuar na Champions.

João Virgínia 5.1 – O guardião de 22 anos estreou-se na Champions e, apesar de ter sofrido quatro golos, não se pode dizer que tenha tido culpa em algum. Terminou com três defesas, duas a remates na sua área.

Gonçalo Esteves 5.0 – Ao apito inicial tinha sido Gonçalo Esteves a tornar-se no mais jovem “leão” a jogar na Champions. O recorde durou pouco, é claro, mas o ala fez o corredor direito, arrancou um passe para finalização, completou os três longos que fez e ainda realizou dois desarmes.

Manuel Ugarte 4.7 – Ao contrário do jogão na Luz, desta feita Ugarte viu-se “às aranhas” perante os médios do Ajax. Destaque apenas para os 89% de eficácia de passe e sete recuperações de pose.

Daniel Bragança 4.7 – O mesmo pode dizer-se de Daniel Bragança, que acaba penalizado pela grande penalidade cometida logo nos minutos iniciais. Ainda assim acertou 30 dos 32 passes que realizou, completou três de quatro tentativas de drible e somou oito recuperações de posse, três desarmes e outras tantas intercepções.

Resumo

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