Os padrões no pendente podem representar caçadas bem-sucedidas ou os ciclos do Sol e da Lua. A descoberta foi feita na Polónia em 2010 e um estudo recente detalha as conclusões.
Os nossos antepassados também gostavam de se adornar com bijuterias. Uma equipa de arqueólogos na Polónia descobriu um pendente feito de marfim de mamute e decorado com marcas de furos. Esta é a jóia decorada por humanos modernos mais antiga descoberta na Eurásia até agora.
O pendente está agora em dois bocados e foi descoberto durante escavações em Stajnia Cave, em 2010. As avaliações radiocarbónicas feitas recentemente datam a peça de há 41 500 anos, escreve o Live Science.
A descoberta foi detalhada num estudo publicado em Novembro na Scientific Reports. “A decoração no pendente inclui padrões de mais de 50 marcas de furos numa curva irregular enlaçada e dois buracos completos”, escreveu a equipa, que especula que cada furo representa uma caçada com sucesso ou os ciclos do Sol e da Lua.
“É a jóia deste género que conhecemos mais antiga da Eurásia e estabelece uma nova data de início da tradição directamente ligada à propagação do homo sapiens moderno na Europa”, sublinham os investigadores.
O mais provável é que o pendente fosse usado à volta do pescoço, mas ainda não há certezas sobre isso, afirma a investigadora Sahra Talamo, que é também professora de química na Universidade de Bolonha, na Itália.
A jóia foi criada numa altura em que os humanos modernos ainda estavam a começar a usar objectos de adorno. A razão para essa mudança nesta fase continua a ser um mistério sem resposta.
“Essa é uma questão interessante, mas de momento, ainda não podemos dizer muito. Não sabemos que tipo de mudança os homo sapiens enfrentaram que os levou a criar um objecto tão incrível”, explica Sahra Talamo ao Live Science.
Além do pendente, foi também encontrada um furador feito de osso perto do local das escavações, que data da mesma altura.