Centros de vacinação recebem 100 mil jovens com 16 e 17 anos este fim-de-semana. Alguns com DJ e abertos até à 1h

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Fernando Veludo / Lusa

O vice-almirante Gouveia e Melo, coordenador da “task force” de vacinação contra a covid-19

Datas para administração das doses das vacinas contra a Covid-19 estão a ser estabelecidas de forma a permitir que os jovens comecem o ano letivo com o esquema vacinal completo.

Os centros de vacinação vão encher-se no fim de semana, numa operação para vacinar em dois dias os jovens de 16 e 17 anos, com mais de 100 mil marcações feitas e a possibilidade de recorrer à “Casa Aberta”. No total, há cerca de 102 mil jovens com marcação para a toma da primeira dose da vacina contra a covid-19 e vão todos fazê-lo entre sábado e domingo.

Segundo a ‘task-force’ responsável pelo processo, todos os centros de vacinação vão estar na sua capacidade máxima instalada durante esses dois dias, mas o objetivo é vacinar ainda mais pessoas. Por isso, além dos 102 mil que realizaram o autoagendamento no início do mês, e que representam cerca de metade da população desta faixa etária, vai estar também disponível a modalidade “Casa Aberta”.

Esta modalidade, que funciona em horários limitados, dispensa a marcação prévia, exigindo apenas a obtenção de uma senha digital através do portal do Ministério da Saúde, e atualmente só está disponível para maiores de 18 anos. No entanto, o fim de semana será dedicado à faixa etária dos 16 aos 17 anos e, por isso, a ‘task-force’ quer que mesmo aqueles sem marcação se vão vacinar.

À semelhança dos mais novos, estes jovens serão inoculados com a vacina da Pfizer, cujo intervalo entre doses, atualmente definido pela norma da DGS, é de 21 dias. Assim, no fim de semana de 05 e 06 de setembro voltam para receber a segunda dose, de forma a terem a vacinação completa antes do início do ano letivo, que arranca entre 14 e 17 de setembro.

Depois desta faixa etária, os dois fins de semana seguintes serão dedicados aos jovens entre os 12 e 15 anos, que deverão ter as duas doses até 19 de setembro. Na quarta-feira, o vice-almirante Gouveia de Melo, que coordena a ‘task-force’ responsável pelo processo de vacinação, apelou à adesão dos jovens nas datas previstas, mas não afastou outras estratégias.

“Se não conseguirmos vacinar os jovens nesses fins de semana de certeza que vamos encontrar outros dias para vacinar esses jovens, só que o processo organizado e dedicado é feito nesses dois fins de semana. O outro processo, eles integrarão naturalmente porque haverá abertura para isso porque só temos um objetivo, que é vacinar”, disse o responsável.

Vacinação ao som de DJ’s e até à 1h da manhã

Como forma de influenciar os jovens a colaborar na concretização deste mesmo objetivo, os centros de vacinação pertencentes ao Agrupamento de Centros de Saúde de Loures e Odivelas (ACES) vão ter DJ’s e estarão abertos até às 01h da manhã, de forma a que se sintam o mais enquadrados possível. A ideia partiu de António Alexandre, diretor executivo do ACES, que já a tentou implementar na altura dos Santos Populares, mas as restrições em vigor impediram a sua concretização.

Agora, em que a faixa etária a vacinar é precisamente a dos jovens, os centros de vacinação do ACES de Loures e Odivelas vão estar abertos desde as 09h à 1h da manhã de domingo, sendo que a partir das 22h receberão todos os jovens que queiram ser vacinados e não tenham feito autoagendamento ou não tenham sido chamados pelo sistema.

“A Casa Aberta abre a partir das 22.00, mas a animação com os DJ começa pelas 20:00, já que a intenção é aproximar os jovens da vacinação e tentar vacinar o maior número possível deles, sem que para isso tenham de prescindir de outras atividades que possam ter já programadas”, explicou António Alexandre ao Diário de Notícias.

O responsável destacou ainda o papel de todos os envolvidos na concretização da ideia: profissionais de saúde e funcionários da autarquia que trataram de forma imediata de fazer os contactos necessários. “Em junho, havia pessoas com férias marcadas que se disponibilizaram para não as gozar, para poderem estar presentes e tentar que se vacinasse o mais possível as camadas mais jovens”, lembrou.

Ao mesmo jornal, António Alexandre afixou que os concelhos de Loures e Odivelas integram a região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, a mais fustigada na terceira e quarta vaga da pandemia, apesar de ter cerca de 5% da população de todo o país.

“De acordo com os nossos ficheiros são entre 470 mil a 480 mil pessoas, uma boa parte jovem, e como soubemos que os jovens não tinham aderido massivamente ao autoagendamento para a vacinação, estamos a tentar que o façam e de uma forma em que se sintam mais acompanhados“, rematou António Alexandre.

ZAP // LUSA, DN

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