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Uma jovem de 19 anos destruiu um sinal pró-polícia. Pode ser condenada a um ano de prisão

Uma jovem nos Estados Unidos foi acusada de um crime de ódio por ter sorrido “de forma intimidatória” enquanto pisava um sinal do movimento pró-polícia Back The Blue.

Era apenas uma paragem do trânsito rotineira no Utah, mas acabou de forma inesperada. Depois da sua amiga ter sido parada, Lauren Gibson deitou ao lixo um cartaz do movimento Back The Blue, um sinal que incentiva o apoio às forças policiais. Um agente viu, e deteve a jovem de 19 anos, que pode agora ficar um ano presa.

De acordo com os documentos do tribunal, citados pelo Washington Post, o agente Cree Carter acusou Lauren Gibson de amachucar o sinal “de forma destrutiva” enquanto “sorria de uma forma intimidatória” antes de o deitar ao lixo.

Para além de conduta desordeira, a estudante de 19 anos encara também uma acusação de injúrias criminais agravadas com crime de ódio, já que Gibson terá tido “a intenção de intimidar ou aterrorizar outra pessoa”, o que viola a lei de crimes de ódio do Utah.

“Devido ao comportamento demonstrado pela Gibson na tentativa de intimidar as forças policiais enquanto destruía um sinal pró-polícia, as alegações estão a ser tratadas como um crime de ódio”, escreveu Cree Carter no depoimento sob juramento.

Numa entrevista ao Daily Beast, a jovem diz não ser anti-polícia e afirma só ter querido defender a amiga que recebeu uma multa por excesso de velocidade e foi tratada de forma agressiva pelo agente.

“Só queria, não sei, fazê-la sentir-se melhor ou defendê-la”, revelou Lauren Gibson.

A lei aprovada em 2019 no Utah aumentou as penas contra crimes de ódio e expandiu os grupos protegidos para além da raça ou da religião, passando a incluir também crenças políticas e “estatuto enquanto um agente de polícia”. O Louisiana e o Kentucky também passaram leis que tornam a polícia um grupo que pode sofrer crimes de ódio.

A União Americana pelas Liberdades Civis do Utah já condenou o caso. “Este tipo de decisão envia uma mensagem extremamente preocupante para a comunidade de que o governo vai procurar castigos mais duros sobre pessoas acusadas de crimes que discordem das acções da polícia”, escreveu o grupo num comunicado.
“Esta inquietação é ainda maior porque não vemos o agravamento da pena como justificado dentro da linguagem da lei. Nós avisamos constantemente que os agravamentos são muitas vezes usados para discriminar grupos ou mensagens pouco populares e não para aumentar as protecções dos grupos marginalizados. Este caso confirmou esses avisos”, acrescenta a organização.
Esta não é a primeira vez que procuradores no Utah acusaram alguém de cometer um crime de ódio contra a polícia. Em Agosto do ano passado, Joseph Dawson, um homem de 32 anos, foi condenado a dois dias na prisão e um ano em liberdade condicional por retirar um sinal do Back The Blue e lá pintar a palavra “bissexual”.
Gibson revela ao Daily Beast que o agente mencionou esse caso. “Ele disse-me ‘sabes o que aconteceu à última pessoa que foi presa por isto?‘… Ele estava a ameaçar-me dessa forma”, conta.
“Se fosse o sinal de um dentista ou algo assim e eu o tivesse amachucado à frente dele, nada teria acontecido. É a mesma coisa. É só um trabalho“, remata Lauren, que estranha que a polícia seja considerado um grupo protegido nas leis contra crimes de ódio. “Acho que não fiz nada de errado“, conclui.

AP, ZAP //

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