Um novo estudo mostra que as mulheres da Inglaterra medieval usavam uma tira de pergaminho como amuleto para as proteger durante a gravidez e o parto.
De acordo com o site Live Science, esta tira de pergaminho, conhecida como “cinta de parto” ou “pergaminho do nascimento”, tem mais de três metros de comprimento e terá sido feita no século XV, com quatro tiras de pele de carneiro.
Decorada com símbolos cristãos, esta é uma das poucas cintas de parto que ainda ‘sobrevive’ e encontra-se no Wellcome Collection, um museu e uma biblioteca em Londres, no Reino Unido. Agora, uma equipa de investigadores decidiu fazer um exame não invasivo para descobrir mais coisas sobre o objeto medieval.
Estes pergaminhos eram comummente usados como amuletos para proteger as mulheres dos perigos do parto, uma vez que este era uma das suas principais causas de morte naquela época.
Os cientistas encontraram na sua superfície vestígios de proteínas vegetais e animais, como mel, cereais, feijão e leite de ovelha e de cabra – ingredientes usados em tratamentos medievais durante o parto e noutros problemas de saúde associados.
Acreditava-se, por exemplo, que os feijões curavam as lesões no útero e ajudavam a puxar o leite materno, enquanto que o leite de cabra dava força às mulheres depois da perda de sangue, algo frequente quando davam à luz.
Ao mesmo tempo, a equipa também encontrou vestígios de 55 proteínas humanas, sendo a sua maioria correspondentes ao fluido cervico-vaginal, o que sugere, na sua perspetiva, que este pergaminho “foi usado ativamente durante o parto”.
“Embora se pensasse que estas cintas de parto tenham sido usadas durante a gravidez e o parto (tal como o nome indica), não havia nenhuma evidência direta de que foram realmente usadas”, disse Sarah Fiddyment, bioquímica do departamento de Arqueologia da Universidade de Cambridge, citada pelo site EurekAlert!.
“Esta cinta em particular mostra evidências de ter sido muito manuseada, visto que grande parte da imagem e do texto que a decoravam estão gastos”, disse ainda Fiddyment ao Live Science.
“Também apresenta várias manchas, dando a aparência geral de algo que foi ativamente usado”, acrescentou a investigadora, autora principal do estudo publicado, a 10 de março, na revista científica Royal Society Open Science.