O rancho de Michael Jackson, Neverland, na Califórnia, foi adquirido pelo bilionário norte-americano Ron Burkle por cerca de 22 milhões de dólares (18 milhões de euros), bem abaixo do preço de venda original, disse quinta-feira o seu porta-voz.
O Rancho Neverland, de Michael Jackson, foi adquirido por Ron Burkle, um homem de negócios baseado em Montana com investimentos que vão desde supermercados à indústria musical.
Burkle tinha sido conselheiro comercial de Michael Jackson, ajudando-o, entre outras coisas, a liquidar grandes dívidas acumuladas devido ao seu estilo de vida nos anos que antecederam a sua morte.
Em 2015 o rancho de Jacson, que morreu em 2009, estava avaliado em 100 milhões de dólares. No ano passado, o preço já tinha baixado para 31 milhões de dólares, mas a propriedade não tinha encontrado um comprador.
De acordo com relatos da imprensa, Michael Jackson comprou a propriedade por 19,5 milhões de dólares nos anos 80. Altamente endividado, pouco antes da sua morte em 2009, Jackson tinha vendido a propriedade à Thomas Barrack Jr.’s Colony Capital Investment por 22,5 milhões de dólares.
Localizado num lote de 1.100 hectares, a 65 quilómetros de Santa Barbara, o rancho tem uma casa principal com seis quartos, três casas de hóspedes, um lago com uma cascata, campos de ténis, vários celeiros e abrigos para animais.
A propriedade tinha sido visada em 2003 pelos investigadores do processo em que Michael Jackson foi acusado de ter abusado de crianças que tinha acolhido na casa. A polícia encontrou uma grande coleção de imagens pornográficas e fotografias de crianças nuas. Jackson foi absolvido em 2005.
Em janeiro de 2019, a HBO lançou “Leaving Neverland”, documentário produzido pelo Channel 4 realizado pelo cineasta britânico Dan Reed, que relata o testemunho de dois homens, Wade Robson e James Safechuck, que alegam ter sido abusados sexualmente por Michael Jackson quando crianças.
Em fevereiro do mesmo ano, os herdeiros de Michael Jackson, que negam as acusações, processaram a HBO por “homicídio póstumo” com base na quebra de um acordo de confidencialidade de 1992.
No dia 14 deste mês, um painel de juízes do Tribunal de Recursos da Califórnia manteve uma primeira decisão judicial que favorece a posição dos herdeiros do músico. O processo poderá juntar mais 100 milhões de dólares em compensações às receitas trazidas pelo aumento das vendas da música de Jackson, que o documentário fez ressurgir.
ZAP // Lusa