O príncipe Khalifa bin Salman al-Khalifa, que ocupava o cargo de primeiro-ministro do Bahrein desde 1971, morreu, esta quarta-feira, aos 84 anos, informou a agência de notícias estatal do país.
A agência de notícias estatal declarou que Khalifa bin Salman al-Khalifa estava a receber tratamento médico na Clínica Mayo, nos Estados Unidos, sem acrescentar mais detalhes.
O poder e a riqueza do príncipe podem ser vistos em todos os lugares desta pequena nação na costa da Arábia Saudita, que abriga a 5.ª Frota da Marinha dos EUA.
Al-Khalifa nasceu dentro da dinastia que por mais de dois séculos governa o Bahrein, país do Golfo Pérsico cujo nome em árabe significa “os dois mares”.
Como primeiro-ministro do Bahrein, representava um estilo mais antigo de liderança do Golfo, que concedia patrocínio e favores para obter apoio para a família sunita al-Khalifa.
Esse estilo foi contestado nos protestos de 2011 pela maioria xiita do país, que se manifestou contra o príncipe e contra a corrupção em torno do seu Governo.
As alegações de corrupção alimentaram o descontentamento, principalmente entre a maioria xiita do Bahrein, que ainda hoje se queixa de discriminação por parte do Executivo.
Em fevereiro de 2011, manifestantes inspirados por manifestações da Primavera Árabe em todo o Médio Oriente encheram as ruas e ocuparam a Rotunda da Pérola, na capital Manama, para exigir reformas políticas e uma voz mais ativa no futuro do país.
Enquanto alguns pediam uma monarquia constitucional, muitos outros pressionavam pela saída do primeiro-ministro de longa data e de outros membros da família real sunita, incluindo o rei Hamad bin Isa Al-Khalifa.
Entretanto, o primeiro-ministro e a monarquia do Bahrein sobreviveram aos movimentos de descontentamento da Primavera Árabe de 2011.
// Lusa